CIDADANIA DIGITAL CRÍTICA: FORMAR JOVENS PARA USAR IA COM ÉTICA E AUTONOMIA
Palavras-chave:
Cidadania Digital, Inteligência Artificial, Juventudes, Ética, EducaçãoResumo
A expansão da inteligência artificial nas dinâmicas comunicacionais, educacionais e sociais recoloca a formação para a cidadania digital no centro do debate pedagógico contemporâneo. Este capítulo discute a cidadania digital crítica como exigência formativa para jovens que vivem em ecossistemas digitais mediados por algoritmos de recomendação, sistemas de vigilância e processos de datificação. Com base em revisão narrativa de literatura, articulam-se contribuições de autores como Selwyn, Williamson, Jenkins, Rojo, Lankshear e Knobel, Floridi, Noble, Benjamin, Pariser e Zuboff, além de diretrizes de organismos internacionais, como UNESCO e União Europeia. Argumenta-se que a cidadania digital crítica se estrutura em três eixos interdependentes: consciência algorítmica, letramento digital crítico e ética sociotécnica. Analisa-se como juventudes são atravessadas por vulnerabilidades informacionais, afetivas e políticas, e como a escola pode transformar tais vulnerabilidades em potência educativa por meio de práticas investigativas, multiletramentos e debates éticos sobre IA. Por fim, discutem-se implicações para políticas educacionais que integrem currículo, formação docente, infraestrutura e proteção de dados. Conclui-se que formar jovens para usar IA com ética e autonomia é condição para participação democrática e justiça cognitiva em sociedades crescentemente automatizadas.