TIFLECTOMIA EM PACIENTE JOVEM POR APENDICITE AGUDA COMPLICADA COM PLASTRÃO APENDICULAR: RELATO DE CASO
DOI:
https://doi.org/10.56238/arev7n10-121Palavras-chave:
Apendicite Aguda Complicada, Plastrão Apendicular, Tiflectomia em JovensResumo
Apresentação do caso: Paciente sexo masculino, 23 anos, caucasiano, procedente de Presidente Prudente foi admitido na Santa Casa de Misericórdia de Presidente Prudente com quadro de dor com início há sete dias, em região mesogástrica irradiando para todo o abdome com foco em fossa ilíaca direita e disúria, com piora da dor e início de hiporexia há um dia. Ao exame físico: abdome plano, ruídos hidroaéreos diminuídos, doloroso a palpação da fossa ilíaca direita, descompressão brusca negativa e plastrão palpável em fossa ilíaca direita. PA: 110/60 mmHg. FC: 86 bpm. Temperatura: 36,5°C. exames laboratoriais e tomografia computadorizada (TC) de abdome e pelve com contraste evidenciaram apêndice alongado, com calcificação interna, medindo 5 mm, com espessamento e borramento de gordura ao seu redor, com região distal da imagem chegando a medir 21mm. Indicado cirurgia de urgência, o procedimento cirúrgico foi iniciado com técnica de videolaparoscopia, mas devido ao tamanho do plastrão e várias aderências, foi feita a conversão para cirurgia aberta associada a tiflectomia. Paciente recebeu dieta no segundo dia de pós-operatório (PO) e alta no quinto dia PO. Discussão: A apendicite aguda é a obstrução da luz apendicular, causando estase luminal, proliferação bacteriana e inflamação progressiva, podendo evoluir para perfuração em 13,8% dos casos e abscesso em 2-6% dos casos. Estudos apontam que o tratamento cirúrgico padrão-ouro para apendicite aguda é a videolaparoscopia, a qual foi a escolha inicial para o paciente, devido à menor dor no pós-operatório, risco reduzido de infecções e recuperação mais rápida. Porém, ao observar um comprometimento extenso da base apendicular e necrose do ceco ao iniciar a videolaparo, a tiflectomia tornou-se necessária. Segundo a literatura se torna um procedimento com maior índice de complicação, porém, se bem executada, temos alta precoce e melhor prognóstico. Conclusão: O tratamento cirúrgico imediato é de suma importância para a plena recuperação do paciente juntamente com técnicas corretas implementadas. Ao realizarmos a laparotomia junto a tiflectomia, padrão ouro para apendicite complicada com necrose e comprometimento do ceco, temos ampla visão para a apendicectomia e retirada parcial do ceco, sendo assim a melhor escolha, visando garantir a remoção do tecido inviável e controle do foco infeccioso.
Downloads
Referências
1. Gutierrez, D., Hallam, B., Pinheiro, F., Rabello, R., & Damasceno de Oliveira,
L. L. (2022). A APENDICITE AGUDA: REVISÃO DE LITERATURA. Ensaios
USF, 6(1). https://doi.org/10.24933/eusf.v6i1.242 DOI: https://doi.org/10.24933/eusf.v6i1.242
2. Piscioneri, F. (2021). Apendicite Aguda. Em: Piscioneri, F., Kluger, Y., Ansaloni, L. (orgs.) Cirurgia de Emergência para Regiões de Baixos Recursos. Tópicos Atuais em Cirurgia de Cuidados Agudos e Trauma. Springer, Cham. https://doi.org/10.1007/978-3-030-68099-2_9 DOI: https://doi.org/10.1007/978-3-030-68099-2_9
3. Constantin M, Petrescu L, Mătanie C, Vrancianu CO, Niculescu AG, Andronic O, Bolocan A. The Vermiform Appendix and Its Pathologies. Cancers (Basel). 2023 Jul 29;15(15):3872. doi: 10.3390/cancers15153872. PMID: 37568688; PMCID: PMC10417615. DOI: https://doi.org/10.3390/cancers15153872
4. Wu, B., & Maa, J. (2021). Acute appendicitis. Schlossberg's Clinical Infectious Disease. https://doi.org/10.1383/surg.23.6.213.66556. DOI: https://doi.org/10.1093/med/9780190888367.003.0053
5. MATOS, Breno; SANTANA, Carolina; SOUZA, Déborah; RODRIGUES, Ednardo; GONÇALVES, Elisa; DIAS, Fabrício; MARQUES, Guilherme; PETRI, Gustavo; ABRANTES, Wilson Luiz. Apendicite aguda. Revista Médica de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2011.
6. CABALLERO-ALVARADO, J. et al. Complicated acute appendicitis with compromised appendiceal base: A review of surgical strategies. Polskie Przegląd Chirurgiczny, v. 96, n. 0, p. 65–70, 2023. DOI: 10.5604/01.3001.0053.6868. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/38348988/. Acesso em: 27 abr. 2025. DOI: https://doi.org/10.5604/01.3001.0053.6868
7. Capuchinho, Ana Luísa Brito Santanna, et al. “Epidemiologia e estimativa de custo das cirurgias de apendicectomia realizadas pelo sistema único de saúde no Brasil (2012-2021)”. Brazilian Journal of Health Review, vol. 6, no 5, outubro de 2023, p. 23912–30. DOI.org (Crossref), https://doi.org/10.34119/bjhrv6n5-442. DOI: https://doi.org/10.34119/bjhrv6n5-442
8. FRANCINO, Raíssa Paes; FIGUEIREDO, Luís Filipe S.; NUNES, Carlos P. Complicações de um diagnóstico tardio de apendicite. Revista da Faculdade de Medicina de Teresópolis, Teresópolis, v. 3, n. 1, p. [número de páginas], 2019. Disponível em: https://revista.unifeso.edu.br/index.php/faculdadedemedicinadeteresopolis/arti cle/view/1018. Acesso em: 17 abr. 2025.
9. GBD 2021 - Appendicitis Collaborator Group. Trends and levels of the global, regional, and national burden of appendicitis between 1990 and 2021: findings from the Global Burden of Disease Study 2021. Lancet Gastroenterol Hepatol, v. 9, n. 9, p. 825 858, 2024. DOI: 10.1016/S2468-1253(24)00157-2. Disponível em: DOI: https://doi.org/10.1016/S2468-1253(24)00157-2
https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC11306195/. Acesso em: 27 abr. 2025.
10. GOUVEIA, A. D. M. et al. Apendicite aguda: perfil epidemiológico no Brasil, de 2017 a 2021. Brazilian Journal of Development, Curitiba, v. 9, n. 3, p. 12182–12194, 2023. Disponível em: https://doi.org/10.34117/bjdv9n3-212. Acesso em: 17 abr. 2025. Periódicos USP DOI: https://doi.org/10.34117/bjdv9n3-212
11. KÖHLER, F. et al. Laparoscopic appendectomy versus antibiotic treatment for acute appendicitis—a systematic review. International Journal of Colorectal Disease, v. 36, n. 10, p. 22832286, 2021. DOI: 10.1007/s00384 021 03927 5. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/33852068/. Acesso em: 27 abr. 2025. DOI: https://doi.org/10.1007/s00384-021-03927-5
12. KRZYZAK, M.; MULROONEY, S. M. Acute appendicitis review: background, epidemiology, diagnosis, and treatment. Cureus, v. 12, n. 6, p. e8562, 2020. DOI: 10.7759/cureus.8562. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32670699/. Acesso em: 27 abr. 2025. DOI: https://doi.org/10.7759/cureus.8562
13. Snyder MJ, Guthrie M, Cagle S. Acute Appendicitis: Efficient Diagnosis and Management. Am Fam Physician. 2018 Jul 1;98(1):25-33. PMID: 30215950.
14. Wong, Chee, e Syed Naqvi. “Appendicular Perforation at the Base of the Caecum, a Rare Operative Challenge in Acute Appendicitis, a Literature Review”. World Journal of Emergency Surgery, vol. 6, no 1, 2011, p. 36. DOI.org (Crossref), https://doi.org/10.1186/1749-7922-6-36. DOI: https://doi.org/10.1186/1749-7922-6-36
15. Gandhi, Jignesh A., et al. “Role of Limited Caecal Resection in Patients with Acute Gangrenous Appendicitis”. International Surgery Journal, vol. 3, no 4, dezembro de 2016, p. 1893–97. www.ijsurgery.com, https://doi.org/10.18203/2349-2902.isj20163034. DOI: https://doi.org/10.18203/2349-2902.isj20163034
16. Dalpiaz, Amanda et al. “Mimicry of Appendicitis Symptomatology in Congenital Anomalies and Diseases of the Genitourinary System and Pregnancy.” Current urology vol. 9,4 (2017): 169-178. doi:10.1159/000447136 DOI: https://doi.org/10.1159/000447136
17. Petroianu, A. (2012). Diagnosis of acute appendicitis.. International journal of surgery, 10 3, 115-9 . https://doi.org/10.1016/j.ijsu.2012.02.006. DOI: https://doi.org/10.1016/j.ijsu.2012.02.006
18. MONTANDON JÚNIOR, M. E. et al. Apendicite aguda: achados na tomografia computadorizada - ensaio iconográfico. Radiologia Brasileira, v. 40, p. 193–199, 1 jun. 2007. DOI: https://doi.org/10.1590/S0100-39842007000300012
19. LEGGIT, J. C. Acute Appendicitis: Computed Tomography for Diagnosis in Adults. American Family Physician, v. 102, n. 7, p. 403–404, 1 out. 2020.
20. 1- Ozdemir K, Harmantepe AT, Dulger UC, Gonullu E, Dikicier E, Bayhan Z, Altintoprak F. Comparison of treatment methods in plastron appendicitis: a tertiary center experience. Malawi Med J. 2023 Dec;35(4):224-227. doi: 10.4314/mmj.v35i4.5. PMID: 38362573; PMCID: PMC10865056. DOI: https://doi.org/10.4314/mmj.v35i4.5
21. Di Saverio S, Podda M, De Simone B, Ceresoli M, Augustin G, Gori A, Boermeester M, Sartelli M, Coccolini F, Tarasconi A, De' Angelis N, Weber DG, Tolonen M, Birindelli A, Biffl W, Moore EE, Kelly M, Soreide K, Kashuk J, Ten Broek R, Gomes CA, Sugrue M, Davies RJ, Damaskos D, Leppäniemi A, Kirkpatrick A, Peitzman AB, Fraga GP, Maier RV, Coimbra R, Chiarugi M, Sganga G, Pisanu A, De' Angelis GL, Tan E, Van Goor H, Pata F, Di Carlo I, Chiara O, Litvin A, Campanile FC, Sakakushev B, Tomadze G, Demetrashvili Z, Latifi R, Abu-Zidan F, Romeo O, Segovia-Lohse H, Baiocchi G, Costa D, Rizoli S, Balogh ZJ, Bendinelli C, Scalea T, Ivatury R, Velmahos G, Andersson R, Kluger Y, Ansaloni L, Catena F. Diagnosis and treatment of acute appendicitis: 2020 update of the WSES Jerusalem guidelines. World J Emerg Surg. 2020 Apr 15;15(1):27. doi: 10.1186/s13017-020-00306-3. PMID: 32295644; PMCID: PMC7386163. DOI: https://doi.org/10.1186/s13017-020-00306-3
22. Sadaf, Fnu, et al. “Conversion Rates and Outcomes of Laparoscopic Appendectomy in Complicated Appendicitis: A Retrospective Study”. Cureus, agosto de 2025. DOI.org (Crossref), https://doi.org/10.7759/cureus.90411. DOI: https://doi.org/10.7759/cureus.90411
23. Monrabal Lezama M, Casas MA, Angeramo CA, Bras Harriott C, Schlottmann
F. Conversion from Laparoscopic to Open Appendectomy: Trends, Risk Factors and Outcomes. A 15-Year Single-Center Analysis of 2193 Adult Patients. World J Surg. 2022 Nov;46(11):2642-2647. doi: 10.1007/s00268-022-06670-2. Epub 2022 Jul 24. PMID: 35871658; PMCID: PMC9309015. DOI: https://doi.org/10.1007/s00268-022-06670-2
24. Turgut HT, Subasi O. Comparison of ileocecal resection and right hemicolectomy in the surgical treatment of complicated appendicitis. Ulus Travma Acil Cerrahi Derg. 2023 Jun;29(6):705-709. doi: 10.14744/tjtes.2023.83357. PMID: 37278071; PMCID: PMC10315939. DOI: https://doi.org/10.14744/tjtes.2023.83357
25. Teixeira FJR Jr, Couto Netto SDD, Akaishi EH, Utiyama EM, Menegozzo CAM, Rocha MC. Acute appendicitis, inflammatory appendiceal mass and the risk of a hidden malignant tumor: a systematic review of the literature. World J Emerg Surg. 2017 Mar 9;12:12. doi: 10.1186/s13017-017-0122-9. PMID: 28286544; PMCID: PMC5343298. DOI: https://doi.org/10.1186/s13017-017-0122-9
26. DRUSZCZ, C. C. et al.. Aplicação multicêntrica informatizada da coleta de dados clínicos na apendicite aguda. ABCD. Arquivos Brasileiros de Cirurgia Digestiva (São Paulo), v. 20, n. 3, p. 165–171, jul. 2007. DOI: https://doi.org/10.1590/S0102-67202007000300009
27. Nogueira, P. L. B., Mariano, J. T., Martos, M. S., Heinen, V. B. da S., Trevisan,
E. M., Costa, L. B. C. da, … Teodoro, L. V. C. (2023). Epidemiologia das doenças do apêndice em adultos nos anos de 2019 e 2020 no Brasil. COORTE - Revista Científica Do Hospital Santa Rosa, (15). https://doi.org/10.52908/coorte.v0i15.288 DOI: https://doi.org/10.52908/coorte.v0i15.288