ITINERÁRIOS DE PESQUISA: A PARTICIPAÇÃO DE CRIANÇAS PEQUENAS NO CAMPO ACADÊMICO
DOI:
https://doi.org/10.56238/arev7n9-191Palavras-chave:
Crianças, Participação, Metodologias, PesquisaResumo
Este artigo tem como objetivo partir das possibilidades metodológicas existentes no campo acadêmico, que podem subsidiar pesquisas desenvolvidas com crianças pequenas. As reflexões apresentadas decorrem de um recorte de estudos bibliográficos e discussões desenvolvidas ao longo das produções científicas desenvolvidas pelo grupo de estudo e pesquisa sobre a corporeidade e a ludicidade (GEPCOL). Parte-se da inquietação: como garantir a participação de crianças em pesquisas, sem negligenciar seus direitos e protagonismo? Para tanto, utilizou-se a abordagem qualitativa com base em pesquisa bibliográfica, conforme Marconi e Lakatos (2003) e Gil (2002). O estudo abrange legislações e tratados que asseguram os direitos das infâncias, como a Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948), a Convenção dos Direitos da Criança (1989), o Estatuto da Criança e do Adolescente (1990), entre outros documentos nacionais e internacionais. Dialoga-se ainda com teóricos como; Clifford Geertz (1989), Corsaro (2011), Sarmento (2005; 2013), Carpentier (2001) e Lansdown (2009), Larrosa (1999), Brougère (1995, 1998 e 2001), Kohan (2010), Huizinga (1990), Gregory Bateson (1977), Steinberg e Kincheloe (2001), Brian Sutton-Smith (2017), Jean Château (1987), Michel Maffesoli (1984, 1987, 1998), Eisenhart e Howe (1992), Konrad Lorenz (1993, 1986), dentre outros. As discussões articulam conceitos, como: metodologias, autonomia e participação de crianças, destacando a importância de reconhece-las como sujeitos de direito e protagonistas nos processos de pesquisa. Os resultados apontam que há uma emergência do campo para a valorização do discurso da criança, enquanto atores sociais, que produzem e se comunicam, permitindo visões confiáveis do mundo e mantendo o direito de participar ativamente nele.
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