INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL NA GESTÃO HOSPITALAR: MONITORAMENTO EMOCIONAL DE PROFISSIONAIS DA SAÚDE EM AMBIENTES DE ALTA PRESSÃO
DOI:
https://doi.org/10.56238/arev7n7-245Palavras-chave:
Inteligência Artificial, Gestão Hospitalar, Monitoramento Emocional, Saúde Digital, Ética em SaúdeResumo
A difusão de sistemas baseados em inteligência artificial no campo hospitalar tem deslocado a fronteira entre vigilância e cuidado, principalmente quando algoritmos passam a operar monitoramentos emocionais em equipes submetidas a contextos de alta pressão assistencial. Este estudo, de natureza bibliográfica, propõe examinar como dispositivos computacionais reorganizam rotinas, produzem novas formas de acompanhamento psicossocial e geram implicações éticas que interpelam o trabalho em saúde. Ao aproximar literatura internacional e brasileira, busca-se evidenciar que a promessa de eficiência tecnológica convive com desafios de transparência, privacidade e responsabilização institucional. O objetivo central consiste em compreender de que modo plataformas de análise emocional e decisão automatizada impactam a subjetividade de profissionais, alteram dinâmicas organizacionais e ressignificam práticas historicamente ancoradas na dimensão relacional do cuidado. A investigação mobiliza autores que discutem a regulação normativa, a cultura da quantificação e os limites de modelos preditivos para capturar complexidades humanas. Os resultados apontam que a incorporação de sistemas inteligentes requer não apenas infraestrutura técnica, mas também pactos ético-políticos que preservem o sentido público da saúde. Nesse percurso, emerge a necessidade de ampliar repertórios formativos, instituir protocolos de governança e fortalecer espaços institucionais de escuta. A inteligência artificial, se não for criticamente contextualizada, pode transitar da promessa de apoio à decisão para a produção de novas desigualdades.