IMPACTOS DO ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO NUMA FACULDADE DE NÍVEL SUPERIOR
DOI:
https://doi.org/10.56238/arev7n11-341Palavras-chave:
Atendimento Educacional Especializado, Educação Inclusiva, Ensino Superior, Pesquisa-ação, AcessibilidadeResumo
O artigo aborda a implementação do Atendimento Educacional Especializado (AEE) em uma instituição pública de ensino superior, destacando seu papel como instrumento essencial na efetivação da educação inclusiva prevista na legislação brasileira. Fundamentado na pesquisa-ação, o estudo relata a experiência de uma professora-pesquisadora responsável por implantar o serviço de AEE em uma Faculdade de Tecnologia do Estado de São Paulo, descrevendo o processo de estruturação, desafios e resultados. O AEE, conforme definido pelo Decreto nº 7.611/2011, pela Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (BRASIL, 2008) e reafirmado pelo Decreto nº 12.686/2025, que institui a Política Nacional de Educação Especial Inclusiva, tem como finalidade eliminar barreiras pedagógicas, atitudinais e arquitetônicas, garantindo a participação plena dos estudantes público-alvo da Educação Especial (PAEE) em todos os níveis de ensino. A pesquisa revelou que o AEE atua como mediador pedagógico e institucional, fortalecendo o diálogo entre docentes, discentes e gestores. Inicialmente voltado a um único aluno com neurodivergência, o serviço rapidamente se expandiu, atendendo, ao final do primeiro ano, onze estudantes com diferentes deficiências e transtornos. Essa ampliação evidenciou a importância do AEE como espaço de acolhimento, planejamento colaborativo e formação docente em serviço. A professora-pesquisadora identificou as barreiras atitudinais como os maiores desafios para a consolidação da inclusão, confirmando análises de Mantoan (2003) e Zerbato (2021) sobre o impacto do capacitismo no ambiente educacional. Em resposta, foram promovidas formações continuadas e elaborados Planos de Ensino Individualizados (PEI) de modo colaborativo, possibilitando adaptações curriculares e avaliações acessíveis. O artigo conclui que o AEE, ao integrar teoria e prática, transforma o espaço universitário em um ambiente mais justo, acessível e democrático, sendo indispensável para consolidar o direito à educação inclusiva ao longo da vida, especialmente diante das novas diretrizes estabelecidas pela política de 2025.
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