MORTALIDADE INFANTIL INDÍGENA E CRISE DE SAÚDE – DESNUTRIÇÃO, DOENÇAS INFECCIOSAS E A DESPROTEÇÃO DA PRIMEIRA INFÂNCIA

Autores/as

  • Antonio Nacilio Sousa dos Santos Autor/a
  • José Maria Nogueira Neto Autor/a
  • Alex de Mesquita Marinho Autor/a
  • Enes Buck Mutiua Cantala Xavier Autor/a
  • Jakson dos Santos Raposo Autor/a
  • Luís Vicente Ferreira Autor/a
  • João Bruno Melo Moreira Autor/a
  • Clairton Edinei dos Santos Autor/a
  • Lucinara Martins da Silva Autor/a
  • Joana Pscheidt Autor/a
  • Camila Oliveira Barbosa de Morais Autor/a
  • Munir Salman Benedito Autor/a
  • Brunna da Cruz Araujo Autor/a
  • Maria Gracilene Camilo de Araújo Autor/a
  • José Uilson Ferreira Galindo Júnior Autor/a
  • Cleonice Bicalho do Amaral Autor/a

DOI:

https://doi.org/10.56238/arev7n5-310

Palabras clave:

Mortalidade Infantil Indígena, Desigualdades Estruturais, Políticas Públicas de Saúde, Interculturalidade

Resumen

A mortalidade infantil entre crianças indígenas no Brasil permanece alarmantemente elevada, refletindo desigualdades históricas e estruturais no acesso à saúde, saneamento básico e segurança alimentar. Segundo dados do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), em 2023, foram registradas 1.040 mortes de crianças indígenas com idades entre 0 e 4 anos, representando um aumento de 24,5% em relação ao ano anterior e o maior número desde o início da série histórica em 2003. Essas mortes, em sua maioria, poderiam ter sido evitadas. Doenças como gripe, pneumonia, diarreia, gastroenterite e desnutrição foram as principais causas, indicando falhas graves nas políticas públicas de atenção à saúde indígena. Além disso, a taxa de mortalidade de crianças indígenas de até quatro anos é mais que o dobro da registrada entre o restante da população infantil brasileira. Este artigo tem como objeto de estudo a mortalidade infantil entre crianças indígenas no Brasil, analisando suas causas, consequências e as políticas públicas relacionadas à saúde indígena. Diante desse contexto, indagamos: Quais são os principais fatores que contribuem para a elevada mortalidade infantil entre crianças indígenas no Brasil, e como as políticas públicas podem ser aprimoradas para enfrentar essa crise de forma direta e culturalmente sensível? Teoricamente utilizamos os trabalhos de Minayo (2006), Marmot (2015), Scheper-Hughes (1993), Scheper-Hughes e Bourgois (2004), Paim (2005; 2018), Farmer (1998; 2003; 2020), Brum (2011; 2021), Merhy (2007; 2016), Fassin (2007; 2012; 2023), Krenak (2020a; 2020b), Castro (1984; 2019), Sawaya (2023), Medeiros et al. (2013), Coimbra et al. (2005), Brasil (2010), Werner (1995; 2022), Werner e Bower (1982), entre outros. A pesquisa é qualitativa (Minayo, 2007), bibliográfica e descritiva (2008) e com o viés analítico compreensivo (Weber, 1949). Os achados desta pesquisa evidenciaram que a elevada mortalidade infantil entre crianças indígenas no Brasil é resultado de múltiplos fatores interligados, como a ausência de políticas públicas culturalmente sensíveis, a precariedade do saneamento básico e da segurança alimentar, e a negligência institucional sistemática. Além disso, constatou-se que o modelo biomédico predominante falha ao não reconhecer os saberes tradicionais indígenas, aprofundando o abismo entre o Estado e as comunidades. Por fim, ficou claro que a superação desse quadro demanda ações intersetoriais, escuta ativa e fortalecimento do protagonismo indígena na formulação das políticas públicas.

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Publicado

2025-05-21

Número

Sección

Artigos

Cómo citar

DOS SANTOS, Antonio Nacilio Sousa et al. MORTALIDADE INFANTIL INDÍGENA E CRISE DE SAÚDE – DESNUTRIÇÃO, DOENÇAS INFECCIOSAS E A DESPROTEÇÃO DA PRIMEIRA INFÂNCIA. ARACÊ , [S. l.], v. 7, n. 5, p. 26362–26411, 2025. DOI: 10.56238/arev7n5-310. Disponível em: https://periodicos.newsciencepubl.com/arace/article/view/5289. Acesso em: 5 dec. 2025.