VIOLÊNCIA CONTRA MULHERES ADULTAS COM DEFICIÊNCIA/TRANSTORNO NO BRASIL: MARCADORES DE INTERSECÇÃO

Autores

  • Clara Braga Pires Autor
  • Gustavo Silva Costa Autor
  • Sara Antunes Rocha Autor
  • Orlene Veloso Dias Autor
  • Luciana Colares Maia Autor
  • Simone de Melo Costa Autor

DOI:

https://doi.org/10.56238/arev7n3-306

Palavras-chave:

Mulheres, Notificação de Abuso, Pessoas com Deficiência, Saúde Pública, Violência

Resumo

Pessoas com deficiência/transtorno se tornam mais susceptíveis aos atos de violência, devido às vulnerabilidades das estruturas sociais. Assim, o objetivo deste estudo foi analisar aspectos da violência contra as mulheres adultas com deficiência/transtorno no Brasil. Trata-se de um estudo  transversal analítico, com dados de notificações de violência interpessoal e autoprovocada do Sistema de Informação de Agravos e Notificação,em 2019, no Brasil. Descreveu-se o perfil das vítimas mulheres de 20 a 59 anos, com e sem deficiência/transtorno. Verificou-se a associação entre as variáveis ‘local de ocorrência da violência’ e ‘ter deficiência/transtorno’, pelo teste qui-quadrado. Também, conduziu-se a regressão de Poisson, com variância robusta, para estimar a Razão de Prevalência (RP) bruta e ajustada, com Intervalo de Confiança de 95% (IC95%), da variável dependente ‘ter deficiência/transtorno’ com as variáveis de perfil do agressor e com as variáveis dos tipos de violência. Considerou-se o nível de significância 5%. Registraram-se 172.665 casos, sendo 16,8% para mulheres com deficiência/transtorno. Destas, 53,2% tinham transtorno mental. O perfil das mulheres com e sem deficiência/transtorno foi semelhante para: brancas, de 20 a 40 anos e ensino médio completo. A ocorrência da violência na residência foi mais frequente para mulheres com deficiência/transtorno (p ≤ 0,05). O perfil do agressor de mulheres com deficiência/transtorno em relação às sem deficiência/transtorno apresentou maior prevalência para: sexo feminino (RP = 1,041); sem suspeita de uso de álcool (RP = 1,009); e adultos de 20 a 24 anos (RP = 1,061). As mulheres com deficiência/transtorno apresentaram maior prevalência de agressões por tortura quando comparadas às mulheres sem deficiência/transtorno (RP = 1,013); violência sexual (RP = 1,034); financeira (RP = 1,018) e violência autoprovocada (RP = 1,181); e menor prevalência para violência física (RP = 0,969) e psicológica (RP = 0,987). Constatou-se importante percentual de mulheres com deficiência/transtorno, vítimas de violência. A deficiência/transtorno adiciona vulnerabilidade às mulheres, com particularidades quanto ao perfil do agressor e maior número de tipos de violência perpetrados contra elas.

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Publicado

2025-03-31

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

PIRES, Clara Braga; COSTA, Gustavo Silva; ROCHA, Sara Antunes; DIAS, Orlene Veloso; MAIA, Luciana Colares; COSTA, Simone de Melo. VIOLÊNCIA CONTRA MULHERES ADULTAS COM DEFICIÊNCIA/TRANSTORNO NO BRASIL: MARCADORES DE INTERSECÇÃO. ARACÊ , [S. l.], v. 7, n. 3, p. 15503–15515, 2025. DOI: 10.56238/arev7n3-306. Disponível em: https://periodicos.newsciencepubl.com/arace/article/view/4172. Acesso em: 5 dez. 2025.