TRAUMA ESPLÊNICO GRAU III EM PACIENTE IDOSA COM INSTABILIDADE HEMODINÂMICA: RELATO DE CASO E REVISÃO DA LITERATURA

Autores

  • Helen Brambila Jorge Pareja Autor
  • Isadora Nascimento Autor
  • Pâmela Garcia Morini Gomes Autor
  • Daniela Portela Cajango Autor
  • Floriano Marin Bisneto Autor
  • Camila de Almeida Moraes Autor
  • Augusto Cesar Mariano da Silva Autor
  • Dyenifer Aline Bólico Autor

DOI:

https://doi.org/10.56238/arev7n10-091

Palavras-chave:

Trauma Esplênico, Esplenectomia, Controle de Danos

Resumo

Apresentação do caso: Paciente do sexo feminino, 80 anos, admitida na Santa Casa, com quadro detrauma há 1 semana em hipocôndrio esquerdo (HE),associada a dor localizada com aumento daintensidade há 3 dias. No exame físico, apresenta FC:101 bpm, PA:100/60, FR:26 Saturação 92%, o abdome globoso, distendido e com hematoma no HE,maciço à percussão e sinais de peritonite a palpação. Na Tomografia computadorizada (TC) de abdome, evidenciou trauma esplênico de grau IV e líquido livre em cavidade abdominal. Assim, a paciente foi submetida à laparotomia exploradora, que identificou na presença de trauma esplênico grau III, com uma lesão única de mais de 3 cm de profundidade,sangramento ativo, realizado esplenectomia, com evolução satisfatória, alta no 5° dia de pós-operatório.Discussão: A escolha do tratamento da lesão esplênica por trauma envolve associação da anamnese, exame físico e exames complementares para identificar o grau da lesão. No caso abordado, paciente sofreu trauma contuso com lesão esplênica grau III, o diagnóstico foi possível através avaliação clinica, hematoma em região HE, instabilidade hemodinâmica, identificado através do choque hipovolêmico grau III, o que direcionou os exames complementares. A TC com contraste é o padrão-ouro para avaliação em pacientes hemodinamicamente estáveis, pois permite identificar a extensão e gravidade da lesão, trauma de vísceras associados, além definir o tratamento. O que corrobora com o caso descrito, aonde diagnóstico definitivo foi firmado após a TC, que identificou lesão esplênica com líquido livre em cavidade abdominal, determinando a conduta terapêutica. No trauma esplênico grau IV, há presença de lesão vascular significativa, caracterizada por laceração de vasos segmentares ou hilares, resultando em desvascularização de mais de 25% do baço, e pode apresentar sangramento ativo confinado a cápsula esplênica. Por ser uma lesão grau IV associado a instabilidade hemodinâmica, foi indicado imediatamente a intervenção cirúrgica, entretanto no intra-operatório identificou lesão esplênica grau III, porém a conduta não foi alterada, devido ao choque e ausência de resposta à reposição volêmica. A laparotomia exploradora é o padrão-ouro no tratamento de pacientes com trauma abdominal fechado que apresentam instabilidade hemodinâmica, como abordado no caso relatado que teve desfecho satisfatorio. Comentários finais: O manejo adequado do trauma esplênico depende da avaliação clínica, exames de imagem e classificação da lesão. Este caso demonstra a eficácia do controle de danose o papel decisivo da conduta cirúrgica oportuna na sobrevida.

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Publicado

2025-10-09

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

PAREJA, Helen Brambila Jorge; NASCIMENTO, Isadora; GOMES, Pâmela Garcia Morini; CAJANGO, Daniela Portela; BISNETO, Floriano Marin; MORAES, Camila de Almeida; DA SILVA, Augusto Cesar Mariano; BÓLICO, Dyenifer Aline. TRAUMA ESPLÊNICO GRAU III EM PACIENTE IDOSA COM INSTABILIDADE HEMODINÂMICA: RELATO DE CASO E REVISÃO DA LITERATURA. ARACÊ , [S. l.], v. 7, n. 10, p. e8820, 2025. DOI: 10.56238/arev7n10-091. Disponível em: https://periodicos.newsciencepubl.com/arace/article/view/8820. Acesso em: 5 dez. 2025.