INTERFERÊNCIA DE AGONISTAS DE GLP-1 NA ANESTESIA GERAL E ODONTOLÓGICA: UMA ANÁLISE DE OZEMPIC
DOI:
https://doi.org/10.56238/arev7n6-270Palavras-chave:
Agonistas do Receptor do Peptídeo 1 Semelhante ao Glucagon, Anestesia Dentária, Anestesia, OdontologiaResumo
Objetivo: O objetivo desta revisão narrativa da literatura é abordar as potenciais dificuldades enfrentadas por pacientes em uso de agonistas do peptídeo semelhante ao glucagon-1 (GLP-1) durante procedimentos sob anestesia geral e odontológica, com ênfase nas implicações clínicas e farmacológicas desses medicamentos no contexto anestésico. Metodologia: Para a coleta de dados, foram realizadas buscas em bases de dados eletrônicas, incluindo PubMed, PROSPERO, SciELO, The Cochrane Library e ScienceDirect, além do Google Acadêmico como ferramenta complementar. Os termos de busca utilizados envolveram combinações de "agonistas do GLP-1", "anestesia geral", "anestesia odontológica", "manejo perioperatório" e "complicações". Resultados: Os estudos analisados indicam que o uso de agonistas do GLP-1, como liraglutida, semaglutida e dulaglutida, pode estar associado a efeitos adversos gastrointestinais, como náuseas, vômitos e gastroparesia. Esses efeitos podem interferir diretamente no jejum pré-operatório e no esvaziamento gástrico, aumentando o risco de aspiração pulmonar durante a anestesia geral. Além disso, durante procedimentos odontológicos, há relatos de hipoglicemia em pacientes diabéticos mal monitorados, principalmente quando há jejum prolongado associado ao uso de insulina ou outros antidiabéticos. A literatura também destaca a necessidade de ajuste ou suspensão temporária da medicação antes de procedimentos cirúrgicos eletivos, uma vez que ainda não existem protocolos padronizados, sendo recomendada avaliação individualizada. No contexto odontológico, o controle glicêmico e a coordenação entre as equipes médica e odontológica são essenciais para minimizar os riscos intra e pós-operatórios. Conclusão: O uso de agonistas de GLP-1 representa um importante avanço no controle glicêmico de pacientes com diabetes tipo 2, mas seu uso contínuo tem implicações relevantes no manejo anestésico, tanto geral quanto odontológico. A presença de gastroparesia, riscos aumentados de aspiração e alterações metabólicas reforçam a necessidade de avaliação pré-operatória rigorosa e multidisciplinar.