A INFLUÊNCIA DO AMBIENTE E DAS CONDIÇÕES DE TRABALHO NA QUALIDADE DE VIDA E ESTRESSE EM TRABALHADORES DE UM CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL EM MACAPÁ AP
DOI:
https://doi.org/10.56238/arev7n12-271Palavras-chave:
Estresse Ocupacional, Qualidade de Vida, Saúde do Trabalhador, entro de Atenção Psicossocial, Ambiente de TrabalhoResumo
vida (QV) e estresse ocupacional em profissionais de um Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) em Macapá-AP. Métodos: Estudo quantitativo, descritivo e transversal, realizado com 38 trabalhadores do CAPS "Gentileza". Os dados foram coletados por meio de questionário sociodemográfico, Escala Perfil do Ambiente e Condições de Trabalho (PACT), Job Stress Scale (JSS) e World Health Organization Quality of Life–Bref (WHOQOL-Bref). A análise estatística utilizou medidas descritivas, testes não paramétricos (U de Mann-Whitney, Kruskal-Wallis) para comparação de grupos e coeficiente de correlação de Spearman. Resultados: A amostra foi majoritariamente feminina (71,1%), parda (57,9%), com ensino superior completo (73,7%) e média de idade de 40,7 anos. Os domínios "remuneração e benefícios" e "ambiente físico" da PACT apresentaram a percepção mais negativa, enquanto "ambiente social" e "relevância social do trabalho" foram os mais positivos. A JSS indicou alta exposição ao estresse ocupacional, com 34,2% dos trabalhadores em "alto desgaste" e 18,4% em "trabalho passivo". A QV geral foi avaliada como boa (média 72,09), com o domínio social sendo o mais elevado. Correlações significativas foram observadas entre ambiente social e apoio social, e entre remuneração/benefícios e QV. Conclusões: Apesar das condições ambientais e salariais desfavoráveis, o apoio social robusto e a percepção da relevância do trabalho funcionam como importantes fatores protetores da QV. Contudo, a significativa exposição ao estresse ocupacional demanda intervenções estruturais e políticas de valorização profissional para garantir um ambiente de trabalho mais saudável e sustentável.
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