INCIDÊNCIA E FATORES DE RISCO RELACIONADOS AO SURGIMENTO DE LESÃO POR PRESSÃO EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA ADULTO COVID: UM ESTUDO RETROSPECTIVO
DOI:
https://doi.org/10.56238/arev7n12-108Palavras-chave:
Lesão por Pressão, SARS-CoV-2, Unidades de Terapia IntensivaResumo
Os pacientes internados em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) apresentam frequentemente casos de Lesão por Pressão (LP), circunstância associada ao quadro clínico e a fatores intrínsecos e extrínsecos do indivíduo. O estudo teve como objetivo avaliar a incidência e os fatores de risco relacionados à lesão por pressão em pacientes internados em uma UTI COVID. Trata-se de um estudo observacional, retrospectivo, transversal, com abordagem quantitativa, realizado em uma UTI COVID de um hospital filantrópico. Os dados foram tabulados em planilha eletrônica e a análise estatística foi realizada através do teste qui-quadrado e regressão logística. Dos 300 pacientes avaliados durante o período de março de 2020 a março de 2022, 61 apresentaram LP, representando uma incidência de 20,33%. Dos fatores de risco avaliados, apenas o tempo de internação apresentou relevância estatisticamente significante para o surgimento de LP. As regiões mais acometidas foram: sacral (42,62%), seguida de glúteo (13,11%) e tórax (6,56%). O estadiamento prevalente foi o grau 2 (87,64%), sendo que 3,37% das lesões não tiveram o estágio identificado. Apenas 38 (62%) das LP foram registradas em evolução no prontuário, 52 (85%) foram notificadas e somente 29 (48%) foram registradas e notificadas concomitantemente. Percebe-se a escassez de informações nos registros de prontuário e casos de subnotificação de eventos adversos ao Núcleo de Gestão da Qualidade e Segurança do Paciente. Assim, ressalta-se a importância da realização de treinamentos com enfermeiros e programas de educação permanente sobre medidas de prevenção de LP, bem como a necessidade do registro formal das feridas no prontuário, vinculado à cultura de segurança do paciente.
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