A ESCUTA SENSÍVEL COMO FERRAMENTA TERAPÊUTICA: ABORDAGEM INTEGRATIVA E INOVADORA NO DESENVOLVIMENTO HUMANO
DOI:
https://doi.org/10.56238/levv14n32-028Palavras-chave:
Escuta Sensível, Terapia Integrativa, Humanização, Empatia, Desenvolvimento HumanoResumo
Este artigo analisa a escuta sensível como ferramenta terapêutica, compreendendo-a como prática integrativa e inovadora capaz de potencializar processos de humanização e desenvolvimento humano. A pesquisa, de natureza bibliográfica e qualitativa, fundamentou-se em autores clássicos da metodologia científica e em estudos recentes que evidenciam a importância da escuta na clínica, na saúde coletiva e em contextos educativos. Os resultados indicaram que a escuta sensível fortalece vínculos, legitima narrativas e promove ressignificações, configurando-se como tecnologia leve de cuidado que amplia a integralidade e favorece a autonomia dos sujeitos. Evidenciou-se que essa prática transcende o espaço clínico, estendendo-se a contextos pedagógicos e sociais, nos quais possibilita a emancipação, a autoria e a coautoria de processos. A análise também revelou que a escuta constitui inovação ao deslocar o cuidado do modelo biomédico para abordagens mais amplas, capazes de integrar dimensões cognitivas, emocionais, relacionais e espirituais. Durante a pandemia de COVID-19, a escuta mostrou-se essencial para lidar com sofrimento psíquico, luto e ansiedade, reforçando seu caráter indispensável em contextos de crise. Conclui-se que a escuta sensível não apenas enriquece práticas terapêuticas, mas também promove transformação social, ao oferecer espaço de acolhimento, diálogo e validação da experiência humana.
Downloads
Referências
ALMEIDA, Laurinda Ramalho de. Consideração positiva incondicional no sistema teórico de Carl Rogers. Temas em Psicologia, v. 17, n. 1, p. 197-202, 2009. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-389X2009000100011.
BARBIER, René. A escuta sensível na abordagem transversal. In: BARBOSA, Joaquim Gonçalves (org.). Multirreferencialidade nas ciências e na educação. São Carlos: EdUFSCar, 1998. p. 167-190.
BARBIER, René. A pesquisa-ação. Brasília: Plano Editora, 2002.
DOURADO, Ana Maria; QUIRINO, Carlos Augusto; LIMA, Maria Betânia Alves; MACÊDO, Silvana. Experiências de estudantes de psicologia em oficinas de desenvolvimento da escuta. Revista da Abordagem Gestáltica, v. 22, n. 2, p. 209-218, 2016. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1809-68672016000200011.
ERSKINE, Richard G.; MOURSUND, Janet P. Integrative psychotherapy: the art and science of relationship. London: Phoenix Publishing House, 2022.
GIL, Antonio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2019.
GUANAES-LORENZI, Carla. A construção do cuidado no diálogo entre usuários e profissionais de saúde. Saúde & Transformação Social, v. 4, n. 3, p. 43-51, 2013. Disponível em: http://incubadora.periodicos.ufsc.br/index.php/saudeetransformacao/article/view/2157.
KALICHMAN, Ariadne O.; AYRES, José Ricardo de C. M. Integralidade e tecnologias de atenção à saúde: uma narrativa sobre contribuições conceituais à construção do princípio da integralidade no SUS. Cadernos de Saúde Pública, v. 32, n. 8, e00183415, 2016. DOI: https://doi.org/10.1590/0102-311X00183415.
MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Fundamentos de metodologia científica. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2017.
MAYNART, Willams Henrique da Costa; ALBUQUERQUE, Maria Cícera dos Santos de; BRÊDA, Mércia Zeviani; JORGE, Jorgina Sales. A escuta qualificada e o acolhimento na atenção psicossocial. Acta Paulista de Enfermagem, v. 27, n. 4, p. 300-304, 2014. Disponível em: https://www.scielo.br/j/ape/a/tg5PYmrpJm9xR9c2mMCWqSc.
MESQUITA, Ana Cláudia; CARVALHO, Emília Campos de. A escuta terapêutica como estratégia de intervenção em saúde: revisão integrativa. Revista da Escola de Enfermagem da USP, v. 48, n. 6, p. 1127-1136, 2014. Disponível em: https://www.scielo.br/j/reeusp/a/5WwTvQ5q7F6qvhBrDMLWBcG.
PONTES, Rosana Aparecida Ferreira; CANCHERINI, Ângela; FRANCO, Maria Amélia Santoro. A escuta sensível como instrumento metodológico. Revista CAMINE: Caminhos da Educação, v. 4, n. 2, 2012. Disponível em: https://seer.franca.unesp.br/index.php/caminhos/article/view/619.
ROGERS, Carl R. Tornar-se pessoa. 9. ed. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2009.
SANTOS, Angélica Brandão. Escuta qualificada como ferramenta de humanização do cuidado em saúde mental na Atenção Básica. APS em Revista, v. 1, n. 2, p. 170-179, 2019. Disponível em: https://apsemrevista.org/aps/article/view/23.
SOUZA, Suzy Anne Lopes de; SILVEIRA, Lia Márcia Cruz da. (Re)Conhecendo a escuta como recurso terapêutico no cuidado à saúde da mulher. Psicologia e Saúde, v. 11, n. 1, p. 19-42, 2019. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2177-093X2019000100002.
TUMA, Maria Carolina Braga; HORTA, Ana Lucia de Moraes; MAZZAIA, Maria Cristina. Saúde mental durante a pandemia COVID-19: escuta é imprescindível. Acta Paulista de Enfermagem, v. 34, Editorial, 2021. DOI: https://doi.org/10.37689/acta-ape/2021EDT00024.