TENDÊNCIA TEMPORAL E DESIGUALDADES NA MORTALIDADE HOSPITALAR POR FRATURA DE FÊMUR NO BRASIL
DOI:
https://doi.org/10.56238/levv16n55-100Palavras-chave:
Fraturas do Fêmur, Mortalidade Hospitalar, Idoso Fragilizado, Desigualdades em Saúde, Tendência TemporalResumo
O estudo analisou a tendência temporal e as desigualdades demográficas associadas à mortalidade hospitalar por fratura de fêmur no Sistema Único de Saúde (SUS) entre 2008 e 2024. Trata-se de um estudo ecológico de série temporal com dados do Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS). Calcularam-se taxas anuais de mortalidade hospitalar (%) e variação percentual anual média (APV), com estratificação por faixa etária, sexo e cor/raça, além de regressão linear ponderada e análise de série temporal interrompida para estimar o impacto da pandemia de COVID-19. Registraram-se 1.679.946 internações e aproximadamente 51 mil óbitos, com letalidade média de 3,05%. Observou-se tendência de crescimento até 2021 (APV = +1,8%; p < 0,05), seguida de estabilização. A mortalidade aumentou de forma acentuada com a idade, atingindo 7,22% em idosos ≥80 anos, e foi mais elevada em mulheres (OR = 1,68) e em pacientes de cor branca (3,72%). Conclui-se que a mortalidade hospitalar por fratura de fêmur reflete o impacto do envelhecimento, da fragilidade geriátrica e de desigualdades estruturais. Reforça-se a importância de protocolos de cirurgia precoce, reabilitação funcional e melhoria na qualidade das informações hospitalares no SUS.
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