MIELITE TRANSVERSA: ESTRATÉGIAS TERAPÊUTICAS ATUAIS E PERSPECTIVAS DE RECUPERAÇÃO NEUROLÓGICA

Resumo

A mielite transversa (MT) é um raro distúrbio neuroinflamatório da medula espinhal, caracterizado por disfunção motora, sensitiva e autonômica de instalação aguda. Esta revisão narrativa aborda as estratégias terapêuticas atuais e as perspectivas de recuperação. A etiologia da MT é variada, sendo crucial a diferenciação diagnóstica — através de sorologia (anticorpos anti-AQP4 e anti-MOG) e RM — entre as formas idiopáticas, pós-infecciosas e as associadas a doenças autoimunes desmielinizantes, como a Esclerose Múltipla (EM), o Espectro da Neuromielite Óptica (NMOSD) e a Doença associada ao anticorpo anti-MOG (MOGAD). O tratamento da fase aguda é agressivo, utilizando corticosteroides intravenosos em altas doses como primeira linha. Para casos refratários ou graves, a plasmaférese (PLEX) ou a imunoglobulina intravenosa (IVIg) são terapias de segunda linha. O tratamento preventivo a longo prazo é mandatório no NMOSD (alto risco de recidiva), mas na MOGAD (frequentemente monofásica) é reservado para casos recorrentes. O prognóstico é variável; embora um terço dos pacientes se recupere bem, a MOGAD tende a ter uma melhor recuperação motora do que a NMOSD.