INDISSOCIABILIDADE EM MOVIMENTO: PRÁTICAS EXTENSIONISTAS E PESQUISA APLICADA EM TERRITÓRIOS RURAIS

Autores

  • Telma Regina Stroparo Autor

DOI:

https://doi.org/10.56238/ERR01v10n3-017

Palavras-chave:

Indissociabilidade, Universidade Pública, Formação Crítica, Justiça Cognitiva, Currículo Integrador

Resumo

O artigo propõe uma reflexão teórica sobre a indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão como método formativo e fundamento epistemológico da universidade pública brasileira. Em oposição à fragmentação curricular e à centralidade tecnocrática na formação acadêmica, defende-se que a indissociabilidade deve operar como eixo articulador entre conhecimento, território e transformação social. Apoia-se teoricamente em autores como Boaventura de Sousa Santos, Miguel Arroyo, Darcy Ribeiro, Catherine Walsh, Edgar Morin e Paulo Marcelo Sampaio Paula, com ênfase nas noções de justiça cognitiva, currículo integrador, práxis formativa e função pública da universidade. Discute-se que a efetividade desse princípio exige metodologias ativas, reestruturação curricular e compromisso institucional com a produção de saberes plurais, situados e comprometidos com o respeito às realidades e aos conhecimentos locais. Conclui-se que a indissociabilidade, compreendida como método, contribui para a formação ética, crítica e socialmente referenciada, reposicionando a universidade como agente de transformação.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Referências

ARROYO, M. Ofício de Mestre: Imagens e autoimagens. 5. ed. Petrópolis: Vozes, 2004.

BRASIL. Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Câmara de Educação Superior. Resolução CNE/CES nº 7, de 18 de dezembro de 2018. Estabelece as Diretrizes para a Extensão na Educação Superior Brasileira e regimenta a Meta 12.7 da Lei nº 13.005/2014. Diário Oficial da União, Poder Executivo, Brasília, DF, 19 dez. 2018. Seção 1, p. 49 50. Disponível em: portal MEC. Acesso em: 07 jun. 2025

BRASIL. Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Câmara de Educação Superior. Resolução CNE/CES nº 7, de 18 de dezembro de 2018. Estabelece as Diretrizes para a Extensão na Educação Superior Brasileira e regimenta a Meta 12.7 da Lei nº 13.005/2014. Diário Oficial da União, Poder Executivo, Brasília, DF, 19 dez. 2018. Seção 1, p. 49 50. Disponível em: portal MEC. Acesso em: 07 jun. 2025

CAMARGOS, G. H. S. Extensão Universitária e o Desenvolvimento Rural. Interagir: pensando a extensão, [s. l.], n. 35, 2023. Disponível em: https://www.e-publicacoes.uerj.br/interagir/article/view/62822. Acesso em: 7 jun. 2025.

CANAVESI, F. de C.; BIANCHINI, V. Inovação Na Agricultura Familiar No Contexto Da Extensão Rural E Da Transição Agroecológica. [s. l.],

CARBONARI, M. E. E.; PEREIRA, A. C. A extensão universitária no Brasil, do assistencialismo à sustentabilidade. Revista de Educação, [s. l.], v. 10, n. 10, 2007.

DA SILVA, W. P. Extensão universitária: um conceito em construção. Revista Extensão & Sociedade, [s. l.], v. 11, n. 2, 2020.

DAI, Z. et al. Influence of university agricultural technology extension on efficient and sustainable agriculture. Scientific Reports, [s. l.], v. 14, n. 1, p. 4874, 2024.

DAVIS, K. How will Extension Contribute to the Sustainable Development Goals. Journal of International Agricultural and Extension Education, v. 23, n1, 2016.

FORPROEX. Fórum de Pró-Reitores das Instituições Públicas de Educação Superior Brasileiras – FORPROEX. Política Nacional de Extensão Universitária. Manaus –AM, Maio, 2012

GADOTTI, M. Extensão universitária: para quê. Instituto Paulo Freire, [s. l.], v. 15, n. 1–18, p. 1, 2017.

GONÇALVES, N. G. Indissociabilidade entre Ensino, Pesquisa e Extensão: um princípio necessário. Perspectiva, [s. l.], v. 33, n. 3, p. 1229–1256, 2015.

HALL, B; TANDON, R. Extension as epistemological decolonisation: building pluriversities in South Africa. Agriculture and Human Values, v. 40, art. 5, 2023.

LANDINI, F. Problemas enfrentados por extensionistas rurais brasileiros e sua relação com suas concepções de extensão rural. Ciência Rural, v. 45, p. 371-377, 2014.

MORIN, E. Os sete saberes necessários à educação do futuro. São Paulo: Cortez; Brasília, DF: UNESCO, 2000.

ONGACHI, W.; BELINDER, I. Agricultural extension as a pathway to livelihood diversification and sustainable development in rural communities: a systematic review. BMC Agriculture, [s. l.], v. 1, n. 1, p. 6, 2025.

PAULA, P. M. Extensão universitária: práxis e emancipação. Revista Brasileira de Extensão Universitária, v. 4, n. 2, p. 19-30, 2013.

PEIXOTO, M. Extensão Rural no Brasil: uma abordagem histórica da legislação. 2008.

RIBEIRO, D. A universidade necessária. 3. ed. São Paulo: Editora Paz e Terra, 1971.

SANTOS, B S. A universidade no século XXI: para uma reforma democrática e emancipatória da universidade. São Paulo: Cortez, 2010.

SETI – Secretaria de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Paraná. Programa Universidade Sem Fronteiras. Disponível em: https://www.seti.pr.gov.br. Acesso em: 07 jun. 2025.

STROPARO, T. R.; FLORIANI, N. Blockchain in Agroecological Certifications: Innovation and the Challenges of Socio-Environmental Autonomy in the Face of Technological Colonization. Revista de Gestão Social e Ambiental, v. 18, n. 11, p. e010016–e010016, 26 nov. 2024.

STROPARO, T.R. Território, agroecologia e soberania alimentar: significações e repercussões sob a égide decolonial. Boletim de Conjuntura (BOCA), v. 13, n. 39, p. 462-472, 2023.

STROPARO, T.R. Socio-Technical Imaginaries and Techno-Social Territories: Connecting Sustainability and Open Innovation In Agroecology. Revista de Gestão Social e Ambiental, v. 19, n. 3, p. 1-17, 2025.

WALSH, Catherine. Interculturalidade e colonialidade do poder: um pensamento e posicionamento "outro" a partir da diferença colonial. In: SANTOS, Boaventura de Sousa; MENESES, Maria Paula (org.). Epistemologias do Sul. São Paulo: Cortez, 2009. p. 57-97.

Downloads

Publicado

2025-08-18

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

INDISSOCIABILIDADE EM MOVIMENTO: PRÁTICAS EXTENSIONISTAS E PESQUISA APLICADA EM TERRITÓRIOS RURAIS. (2025). ERR01, 10(3), e7357. https://doi.org/10.56238/ERR01v10n3-017