APLICAÇÃO DO CONCEITO DE “PESSOA” AO SER HUMANO EM SANTO TOMÁS DE AQUINO
Palavras-chave:
Pessoa humana, Substância individual, Natureza racional, Unidade substancial, Ser de fronteiraResumo
Dentre as várias concepções acerca da pessoa humana acredita-se que a definição de Boécio foi a que mais teve ênfase, pelo menos no Ocidente Cristão justamente por afirmar que o ser humano é uma substância individual de natureza racional, mas este pensamento foi auge de inúmeras críticas do qual só Santo Tomás de Aquino conseguiu rebater todas elas ao afirmar principalmente que a pessoa humana é o que há de mais perfeito em toda a natureza, a saber, o que subsiste individualmente em uma natureza racional. No presente capítulo realizado a partir de uma revisão de literatura teve-se como objetivo compreender e explicar o que o filósofo medieval Santo Tomás de Aquino pensou em relação à pessoa humana. Seu primeiro passo nos estudos teve uma decisiva influência aristotélica. Suas principais publicações filosóficas identificam-no como alguém que contribuiu principalmente na perspectiva ontológico-metafísica para solucionar este importante problema da concepção de pessoa. Apesar disso, continuou sendo uma questão muito difícil e discutida. Dando um enfoque maior à pessoa na visão antropológica tomista, sem esquecer que o tema escolhido é de cunho eminentemente filosófico, ao conceituar a “pessoa humana”, Santo Tomás pegou tal definição a partir de Deus como Ser perfeito. É pelo fato de ser “pessoa” que o homem, no universo, está no ápice dos entes, pois é considerado como a imagem e semelhança de Deus. Isso faz pensar que a personalidade do ser humano se encontra primeiramente em Deus. Contudo, a condição de pessoa em Deus só pode ser atingida através da razão porque é ela que nos distingue dos outros seres, e torna cada um digno, apesar das imperfeições.