IMPACTOS DAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS E DA POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA NA EVOLUÇÃO DA DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA: DESAFIOS E PERSPECTIVAS PARA A SAÚDE PÚBLICA
DOI:
https://doi.org/10.56238/edimpacto2025.064-027Palavras-chave:
Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica, Poluição Atmosférica, Mudanças Climáticas, Saúde Pública, Exacerbações RespiratóriasResumo
As mudanças climáticas e a poluição atmosférica constituem fatores ambientais cada vez mais relevantes na progressão da Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), uma das principais causas de morbimortalidade em todo o mundo. A exposição contínua a poluentes, como material particulado fino (PM2.5), óxidos de nitrogênio e dióxido de enxofre, bem como a eventos climáticos extremos, como ondas de calor e queimadas, agrava os sintomas respiratórios, aumenta a frequência de exacerbações e compromete a qualidade de vida dos pacientes. Além do impacto direto sobre a função pulmonar, esses fatores ambientais também influenciam respostas inflamatórias sistêmicas, favorecendo a ocorrência de comorbidades cardiovasculares e metabólicas. A literatura científica demonstra que períodos de maior poluição do ar estão associados ao aumento de internações hospitalares por DPOC, especialmente em populações vulneráveis, como idosos, pessoas com baixo nível socioeconômico e residentes de áreas urbanas densamente povoadas. Do mesmo modo, as alterações climáticas intensificam a ocorrência de eventos extremos que ampliam a exposição a poluentes ambientais, elevando o risco de crises respiratórias. Nesse contexto, torna-se fundamental discutir estratégias de mitigação e adaptação, como a implementação de políticas públicas voltadas para a redução das emissões de poluentes, a criação de sistemas de alerta para populações de risco e o fortalecimento da Atenção Primária à Saúde para detecção precoce de descompensações. A incorporação de tecnologias de monitoramento ambiental e o incentivo à educação em saúde também se destacam como ferramentas essenciais para reduzir o impacto desses fatores na evolução da DPOC. Conclui-se que o enfrentamento da DPOC não pode se restringir apenas ao tratamento farmacológico e clínico, devendo incluir medidas integradas de saúde ambiental, social e coletiva. Assim, compreender a relação entre clima, poluição e DPOC é passo indispensável para o desenvolvimento de ações de saúde pública mais eficazes e sustentáveis, capazes de reduzir a carga da doença e melhorar a qualidade de vida dos pacientes.