CARACTERIZAÇÃO AMBIENTAL DO SISTEMA AQUÍFERO GUARANI (SAG) NO MATO GROSSO DO SUL (MS) E A QUALIDADE DAS ÁGUAS SUBTERRÂNEAS

Autores

  • Paul Jerome Patrice Autor
  • Eva Teixeira dos Santos Autor

Palavras-chave:

Sistema Aquífero Guarani, Qualidade da Água, Uso da Terra, Gestão Hídrica, Mato Grosso do Sul

Resumo

O estudo analisou a caracterização ambiental do Sistema Aquífero Guarani (SAG) no Mato Grosso do Sul (MS) e a qualidade das águas subterrâneas entre 2002 e 2022, utilizando dados do MapBiomas e monitoramento do IMASUL. Os resultados revelaram redução nas formações naturais, como florestas (-1,3%) e savanas (-2,4%), enquanto culturas agrícolas (soja: +2,22%) e florestas plantadas (+0,9%) expandiram-se. As pastagens, embora dominantes (52,1% em 2022), apresentaram leve declínio (-2,7%), e a urbanização cresceu modestamente (+0,3%), com preocupação quanto à impermeabilização do solo em zonas de recarga .  Na qualidade da água (2018–2022), destacaram-se casos de contaminação por nitratos acima do limite da CONAMA 396/2008 (10 mg/L), como no poço ALC-005 (14,8 mg/L), associados a fertilizantes agrícolas. Também foi detectada presença de coliformes totais e *E. coli* em poços como DOU-036, indicando infiltração de esgoto ou dejetos animais. Parâmetros físico-químicos, como pH (5,0–8,3) e condutividade elétrica (17,3–285 μS/cm), mantiveram-se geralmente dentro dos padrões, mas a turbidez (<0,5–3,3 NTU) permaneceu abaixo do limite da OMS (5 NTU). Os principais riscos identificados incluem a agricultura intensiva (com uso de agroquímicos e irrigação), o desmatamento (que reduz a infiltração e aumenta a erosão) e o saneamento inadequado (que agrava a contaminação). Para garantir a sustentabilidade do SAG/MS, são necessárias políticas de gestão integrada, como: zoneamento de áreas de recarga, monitoramento contínuo de poços, fiscalização de agroquímicos e investimentos em saneamento básico e práticas agrícolas sustentáveis .  A preservação do aquífero depende da cooperação entre setores públicos, privados e comunidades locais, alinhada a marcos legais como a CONAMA 396/2008 e o PERH-MS. A superexploração e a contaminação exigem ações urgentes para evitar crises hídricas, especialmente em cenários de mudanças climáticas e aumento da demanda.

DOI: 10.56238/edimpacto2025.058-002

Publicado

2025-08-11