O PAPEL DO ECULUZIMAB NO PROGNÓSTICO DA SÍNDROME HEMOLÍTICO-URÊMICA ASSOCIADA À TOXINA SHIGA EM CRIANÇAS: UMA REVISÃO DE LITERATURA

Autores

  • Gustavo Almeida Ramos Autor
  • Amanda Moreira de Araújo Mello Autor
  • Camila Fontes Pinheiro Autor
  • Cíntia Pereira Reis Autor
  • Stephania de Oliveira Laudares Moreira Autor
  • Lílian Carla Carneiro Autor
  • Murillo de Sousa Pinto Autor

Palavras-chave:

Síndrome Hemolítico-Urêmica, Toxina Shiga, Eculizumab, Pediatria, Prognóstico

Resumo

A Síndrome Hemolítico-Urêmica (SHU) é uma microangiopatia trombótica rara e grave, caracterizada por anemia hemolítica, trombocitopenia e lesão renal aguda, afetando predominantemente crianças. A forma associada à Escherichia coli produtora de toxina Shiga (STEC-HUS) é a mais prevalente nessa faixa etária, com alta morbidade e risco significativo de sequelas renais e necessidade de terapia renal substitutiva, conforme evidenciado por estudos nacionais. O eculizumab, um inibidor do complemento C5, revolucionou o prognóstico da Síndrome Hemolítico-Urêmica Atípica (HUSa), mas seu papel na STEC-HUS pediátrica permanece controverso. Este artigo, por meio de uma revisão integrativa da literatura nas bases de dados PubMed e SciELO, analisou a influência do eculizumab nos desfechos clínicos da STEC-HUS em crianças, visando subsidiar discussão sobre potencial inclusão no sistema de saúde brasileiro. Os resultados indicam que, embora haja evidências de benefício a longo prazo na proteção renal, a eficácia do eculizumab na fase aguda e em desfechos neurológicos não é consistentemente demonstrada. Os estudos são frequentemente limitados por viés de indicação e pequeno tamanho amostral. Diante do elevado custo e incertezas científicas, conclui-se que o eculizumab não deve ser uma terapia de primeira linha universal para STEC-HUS. Seu uso deve ser altamente individualizado, reservado a casos graves ou refratários com ativação do complemento confirmada, protocolos clínicos rigorosos, e testes genéticos. A necessidade de ensaios clínicos randomizados e multicêntricos é premente para definir o subgrupo de pacientes pediátricos com STEC-HUS que realmente se beneficiaria dessa terapia, pavimentando o caminho para políticas de saúde baseadas em evidências sólidas no Brasil.

DOI: https://doi.org/10.56238/edimpacto2025.087-008

Publicado

2025-11-20

Edição

Seção

Articles