EXTORSÃO PARA PAGAMENTO DE QUARTO
Palavras-chave:
Extorsão, Proteção Contra Criminosos, Negócios, Crime Organizado, Crime Não DeclaradoResumo
A extorsão é um crime de alto impacto que está crescendo no México e se tornou comum em todos os estados, municípios, indivíduos e comunidades. Ela se adapta às novas tecnologias, mas também é praticada com alto grau de impunidade. Uma forma de extorsão é o "cobro de piso" (pagamento base), que consiste no pagamento de uma determinada quantia em dinheiro exigida de indivíduos ou empresas, geralmente por organizações criminosas, em troca de proteção ou para evitar retaliações violentas. O "cobro de piso" (pagamento base) é uma das formas mais violentas de extorsão no México, praticada por grupos criminosos. Eles exigem pagamentos regulares (semanais, quinzenais ou mensais) de comerciantes, empresários, transportadores ou produtores em troca de "proteção". Eles são ameaçados de que o não pagamento dos valores acordados pode resultar em agressão (espancamento ou sequestro), roubo, incêndio criminoso, desaparecimento ou morte. “Para os criminosos, não há atividade, ramo de atividade ou negócio formal ou informal que eles não extorquem. Eles também controlam mercados inteiros no país para produtos como frango, tortilhas, ovos, materiais de construção e muitas outras atividades que não podem mais operar pacificamente e legalmente sem pagar taxas e impostos aos criminosos. Aqueles que se recusam a pagar diretamente são assassinados, veem seus negócios irem pelos ares ou, os mais corajosos, preferem fechar seus negócios familiares, empresas ou operações de colheita de uva para não terem que pagar impostos ao crime organizado, além daqueles que já pagam ao governo.” (García Soto, 2024) No México, o crime organizado determinou que qualquer pessoa que produza, venda ou comercialize qualquer tipo de bens e serviços deve pagar uma taxa para trabalhar, independentemente de ser um vendedor ambulante, uma pequena empresa familiar, uma empresa de médio porte ou até mesmo uma grande rede de supermercados. Suspeita-se que a maioria dos homicídios dolosos registrados no país esteja ligada à cobrança de taxas de extorsão em bares, supermercados, vendedores ambulantes, pecuaristas, agricultores, transportadores, açougues, postos de gasolina e padarias. “Um dos principais impulsionadores do crescimento da extorsão é a baixa probabilidade de punição. Segundo diversos estudos, a maioria dos casos não é denunciada por medo de represálias ou desconfiança em relação às autoridades. Mesmo quando as denúncias são feitas, os processos são longos, opacos e, muitas vezes, terminam sem consequências para os responsáveis. Essa falta de resposta efetiva alimenta um ciclo de silêncio e vulnerabilidade. Em diversas regiões do país, a extorsão faz parte do “modelo de negócios” de grupos criminosos que diversificaram suas fontes de renda. Seu impacto vai muito além do pagamento exigido: afeta as finanças familiares, deteriora a saúde emocional e fragiliza o tecido social.” (Martínez, 2025) A taxa de crimes não denunciados e não investigados contra empresas atingiu 96,7% em 2023, segundo a Pesquisa Nacional de Vitimização e Percepção da Segurança Pública (ENVIPE, 2024). Isso significa que, para cada 100 crimes cometidos contra empresas, apenas 3,3 foram denunciados e/ou investigados pelas autoridades. Isso indica um alto nível de impunidade e subnotificação de crimes contra empresas.