SAMBA: CULTURA, HISTÓRIA E RESISTÊNCIA NA AVENIDA DA EDUCAÇÃO
DOI:
https://doi.org/10.56238/edimpacto2025.029-004Palavras-chave:
Samba, Cultura Afro-brasileira, Educação Antirracista, Identidade, ResistênciaResumo
O projeto “Samba: Cultura, História e Resistência na Avenida da Educação” foi desenvolvido no contexto escolar com o objetivo de valorizar o samba como patrimônio cultural brasileiro e expressão da resistência do povo negro. Alinhado à BNCC e à Lei 10.639/03, buscou promover a educação antirracista e a valorização da diversidade cultural. Mais do que gênero musical, o samba é retratado como fenômeno social e histórico, fruto das rodas afrodescendentes perseguidas no início do século XX, mas que resistiram e se consolidaram como símbolo de identidade e pertencimento. Reconhecido pela UNESCO como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade, representa miscigenação, religiosidade e memória coletiva. O projeto surgiu a partir da percepção da professora de Arte sobre o desconhecimento dos estudantes em relação à origem do samba. Envolveu turmas do 6º ao 9º ano em atividades como rodas de conversa, pesquisas, oficinas, ensaios e produções artísticas, estimulando protagonismo estudantil, criatividade e consciência crítica. As metodologias aplicadas foram participativas e interdisciplinares, incluindo escuta e diálogo, pesquisas sobre personalidades como Tia Ciata, apreciação de músicas e filmes, produção de poemas, esculturas, instrumentos recicláveis, além de ensaios colaborativos com inclusão de alunos com deficiência e uso de Libras. A comunidade também foi envolvida no processo. A culminância ocorreu em um espetáculo cultural ao ar livre, em Canaã dos Carajás (PA), reunindo mais de cinco mil pessoas. O evento destacou a trajetória do samba, integrando dança, música, poesia e artes visuais, com forte caráter inclusivo. Os resultados alcançados envolveram o desenvolvimento de competências artísticas e socioemocionais, fortalecimento da autoestima e da identidade cultural dos alunos, além da valorização da cultura afro-brasileira e reconhecimento da comunidade. A experiência reafirmou que o samba é memória, resistência e pertencimento, demonstrando que a arte, quando vivenciada na escola, transforma aprendizagens, amplia a consciência social e fortalece o orgulho das raízes afro-brasileiras.