A CIÊNCIA E A EDUCAÇÃO COMO PROJETO DOS EUCLIDIANOS PONTA-GROSSENSES (1947-1983): O JORNAL, A RÁDIO E O COTIDIANO COMO ESPAÇO DE INSTRUÇÃO
Palavras-chave:
Centro Cultural Euclides da Cunha, Ponta Grossa-PR, Ciência, Educação e Cultura, Modernidade e Identidade, Formação MoralResumo
O capítulo analisa a atuação do Centro Cultural Euclides da Cunha (CCEC), fundado em 1947 em Ponta Grossa (PR), enquanto espaço de difusão científica, cultural e educacional, inspirado no ideário modernizador e euclidiano. O tema central é a articulação entre ciência, cultura e educação como instrumentos de formação moral e intelectual da sociedade, especialmente das camadas populares, por meio de veículos de comunicação e práticas cotidianas de instrução. O objetivo central consiste em compreender como o CCEC utilizou o jornal Tapejara, a Rádio Clube Ponta-Grossense e eventos como a Semana Euclidiana e a Maratona Intelectual Euclidiana para divulgar conhecimentos científicos, promover a leitura e estimular o interesse pela cultura e pela educação. Tais iniciativas buscavam consolidar ideais urbanos de modernidade e progresso, relacionando o saber científico à construção da identidade nacional e à valorização moral do cidadão. O estudo fundamenta-se em referenciais teóricos da história da ciência e da educação, com destaque para Pierre Bourdieu (campo intelectual e poder simbólico), Sílvia Figueirôa (ciência como parte da cultura), Jean-François Sirinelli (sociabilidade intelectual) e Carlos Vieira (educação e modernidade). A abordagem evidencia que os euclidianos de Ponta Grossa compreenderam a educação não apenas como ensino formal, mas como processo social e cultural de instrução das massas, associando ciência, moral e patriotismo ao projeto civilizatório do grupo.
