EDUCAÇÃO ESTÉTICA E COGNIÇÃO IMAGINATIVA: FUNDAMENTOS TEÓRICOS PARA O ENSINO E APRENDIZAGEM DE ARTE
DOI:
https://doi.org/10.56238/arev7n11-147Palavras-chave:
Ensino de Arte, Cognição Imaginativa, Educação Estética, Experiência Estética, Ensino e AprendizagemResumo
Este ensaio teórico tem como objetivo evidenciar o ensino de Arte como promotor de experiências estéticas que contribuem para o desenvolvimento da cognição imaginativa, articulando teorias contemporâneas sobre educação estética, cognição incorporada e desenvolvimento cognitivo. A construção do texto parte do questionamento sobre como a educação estética pode favorecer o desenvolvimento cognitivo integral dos sujeitos envolvidos no processo de ensino e aprendizagem de Arte, à luz de contribuições internacionais recentes (2020-2025). A metodologia utilizada é de natureza qualitativa e bibliográfica, fundamentada na análise e apontamento da correlação das teorias de Efland, Moraes e outros autores que dissertam sobre a função da arte como ferramenta cognitiva e formadora do ser crítico, reflexivo e sensível. Os resultados apontam que a experiência estética, ao mobilizar percepção, imaginação e estesia, potencializa a cognição, a criticidade e a sensibilidade dos envolvidos no processo educativo. Ao requerer a interpretação de símbolos e metáforas, a arte promove a ampliação da consciência e do pensamento reflexivo, unindo aspectos afetivos e racionais no processo de aprendizagem. Concluímos que a educação estética é fundamental para o desenvolvimento integral do ser, porquanto estimula a reflexão-ação-reflexão e contribui para a formação de sujeitos críticos, criativos e sensíveis ao seu contexto sociocultural. Assim, o ensino de Arte corrobora para a construção cognitiva e para mudanças sociais e culturais, oferecendo bases teóricas e empíricas para a elaboração de currículos e práticas pedagógicas que reconheçam a centralidade da imaginação como função mediada culturalmente.
Downloads
Referências
ALMA, H. Art and religion as invitation: An exploration based on John Dewey’s theory of experience and imagination. Perichoresis, v. 18, n. 3, p. 33–45, 2020. DOI: https://doi.org/10.2478/perc-2020-0015
BARBOSA, R. Schiller & a cultura estética. São Paulo: Companhia das Letras, 2004.
BAYNE, T.; BRAINARD, D.; BYRNE, R. W. et al. What is cognition? Current Biology, v. 29, n. 13, p. R608–R615, 2019. DOI: https://doi.org/10.1016/j.cub.2019.05.044
BERMÚDEZ, V.; GAMBINO, R.; GARCÍA-VALERO, B. et al. Editorial: Imagination, cognition, and the arts. Frontiers in Human Neuroscience, v. 18, p. 1523760, 2024. DOI: https://doi.org/10.3389/fnhum.2024.1523760
BRANDÃO, C. R. O que é educação. São Paulo: Brasiliense, 2007.
CAIMAN, C.; JAKOBSON, B. Aesthetic experience and imagination in early elementary school science – a growth of ‘Science–Art–Language–Game’. International Journal of Science Education, v. 44, n. 5, p. 833–853, 2022. DOI: https://doi.org/10.1080/09500693.2021.1976435
COËGNARTS, M. Art and embodied knowledge: The bodily basis of aesthetic cognitivism. The Journal of Aesthetics and Art Criticism, v. 83, n. 3, p. 197–210, 2025. DOI: https://doi.org/10.1093/jaac/kpaf025
DE SOUZA, V. L. T.; ARINELLI, G. S. Development, imagination, and art: Contributions to research practices in school contexts. Human Arenas, v. 5, n. 3, p. 424–440, 2022. DOI: https://doi.org/10.1007/s42087-021-00204-3
EFLAND, A. D. Arte y cognición: La integración de las artes en el currículum. Barcelona: Octaedro EUB, 2004.
FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: Saberes necessários à prática educativa. 56. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2018.
GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2002.
HAN, B.-C. Vita contemplativa: Ou sobre a inatividade. Petrópolis: Vozes, 2023.
HAN, B.-C. A salvação do belo. Petrópolis: Vozes, 2024.
HERNÁNDEZ OLEA, M. del C. La educación en la actualidad. Revista Internacional de Apoyo a la Inclusión, Logopedia, Sociedad y Multiculturalidad, v. 1, n. 3, p. 12–22, 2018.
LAKOFF, G.; JOHNSON, M. Metáforas da vida cotidiana. Campinas: Editora da Unicamp, 2002.
LARROSA, J. Notas sobre a experiência e o saber de experiência. Revista Brasileira de Educação, n. 19, p. 20–28, 2002. DOI: https://doi.org/10.1590/S1413-24782002000100003
LARROSA, J. Tremores: Escritos sobre experiência. Belo Horizonte: Autêntica, 2017.
LIU, H.; XU, X.; SUN, W. et al. The role of semantic inhibition in aesthetic appreciation: fNIRS evidence from poetry reading. bioRxiv, 2025. DOI: https://doi.org/10.1101/2024.10.08.617173
MACEDO, E. M. S. IMAGESOUND: Uma proposta pedagógica para o ensino/aprendizagem de arte com base na cognição imaginativa. 2020. Dissertação (Mestrado em Educação) – Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará, Fortaleza, 2020.
MACEDO, E. M. S.; MORAES, A. C. de. Um papel da autobiografia na formação do docente em arte. In: MORAES, A. C. de; MACEDO, E. M. S. (orgs.). Formação docente e (auto)biografias. Fortaleza: EdUECE, 2024. p. xx–xx.
MANERA, L. Art and aesthetic education in the Reggio Emilia Approach. Education 3–13, v. 50, n. 4, p. 483–493, 2022. DOI: https://doi.org/10.1080/03004279.2022.2052230
MINAYO, M. C. de S. (org.). Pesquisa social: Teoria, método e criatividade. Petrópolis: Vozes, 2002.
MORAES, A. C. de. Educação estética na universidade: Antropofagias e repertórios artístico-culturais de estudantes. Curitiba: Editora CRV, 2016.
MORAES, A. C. de; MACEDO, E. M. S. Literatura de cordel em impulsos criativos na formação docente. Fortaleza: EdUECE, 2023. DOI: https://doi.org/10.47149/978-85-7826-885-5
MORAES, A. C.; RIBEIRO, L. T. F. Constituição de impulsos lúdicos pela educação estética de docentes: Um olhar schilleriano // Processes of constitution of ludic impulses through aesthetic education of pedagogues in the university: A schillerian look. Conjectura: Filosofia e Educação, v. 25, e020028, 2020. DOI: https://doi.org/10.18226/21784612.v25.e021021
PIMENTEL, L. G. Cognição imaginativa: Arte, percepção e pensamento. Belo Horizonte: UFMG, 2012.
VYGOTSKY, L. S. A imaginação e a arte na infância. São Paulo: Martins Fontes, 2009.