MORINA DE ORIGEM VEGETAL COMO AGENTE ANTIMICROBIANO DE LIBERAÇÃO CONTROLADA PARA TERAPIA PERIODONTAL: UMA ALTERNATIVA NATURAL AOS ANTIBIÓTICOS
DOI:
https://doi.org/10.56238/arev7n11-073Palavras-chave:
Morina, Doença Periodontal, Liberação Controlada, Biopolímeros, Terapia Antimicrobiana, Produtos NaturaisResumo
Objetivo: Esta revisão narrativa da literatura tem como objetivo analisar as evidências atuais sobre o uso potencial da morina, um flavonoide natural extraído de plantas como folhas de goiaba, cascas de maçã e figueira, como agente antimicrobiano e anti-inflamatório de liberação controlada na terapia periodontal. O foco está em suas propriedades biológicas, estratégias de formulação utilizando biopolímeros e seu potencial papel como alternativa natural aos antibióticos convencionais no manejo da doença periodontal.
Metodologia: Foi realizada uma busca abrangente nas bases de dados PubMed, Scopus, Web of Science e Google Acadêmico, utilizando combinações dos descritores “Morina,” “Doença Periodontal,” “Liberação Controlada,” “Polímeros” e “Agente Antimicrobiano”. Empregaram-se os operadores booleanos “AND” e “OR” para refinar os resultados. Foram incluídos estudos in vitro e pré-clínicos publicados em inglês entre 2000 e 2025, com ênfase na encapsulação da morina em polímeros biodegradáveis e em seus efeitos biológicos sobre biofilmes orais, mediadores inflamatórios e cicatrização tecidual.
Resultados: A literatura revisada demonstra que a morina apresenta expressivas propriedades antimicrobianas, anti-inflamatórias e antioxidantes, reduzindo o crescimento bacteriano e o estresse oxidativo associados à inflamação periodontal. Estudos in vitro conduzidos na Faculdade de Odontologia de Araraquara (UNESP) mostraram que micropartículas poliméricas contendo morina, formuladas com alginato de sódio e goma gelana, promovem liberação controlada e mantêm atividade biológica contra biofilmes multiespécies que simulam condições periodontais. Esses sistemas podem superar limitações dos antibióticos convencionais, como resistência bacteriana e efeitos adversos. Contudo, a validação clínica ainda é limitada, sendo necessários novos ensaios em modelos animais e humanos.
Conclusão: Os sistemas de liberação de morina representam uma alternativa promissora de origem vegetal para a terapia periodontal adjuvante, oferecendo atividade antimicrobiana direcionada e perfis de liberação biocompatíveis. A padronização das formulações poliméricas e a realização de estudos clínicos são essenciais para viabilizar a aplicação prática desses achados experimentais na odontologia.
Downloads
Referências
Botelho, J., Machado, V., & Mendes, J. J. (2025). Antibiotics in periodontal treatment: An umbrella review. Frontiers in Cellular and Infection Microbiology, 15, Article 1601464. https://doi.org/10.3389/fcimb.2025.1601464
Brighenti, F. L., Sales, L. S., & Brighenti, F. (2025, September 30). A plant compound might be the secret weapon against gum disease. ScienceDaily. https://www.sciencedaily.com/releases/2025/09/250930034211.htm
Elashiry, M. (2021). Selective antimicrobial therapies for periodontitis. Frontiers in Microbiology, 12, Article 823553. https://doi.org/10.3389/fmicb.2021.823553
Higgins, J. P. T., Thomas, J., Chandler, J., Cumpston, M., Li, T., Page, M. J., & Welch, V. A. (Eds.). (2022). Cochrane handbook for systematic reviews of interventions (2nd ed.). John Wiley & Sons.
Kwon, H. J., Lee, Y. J., & Park, J. H. (2023). Anti-inflammatory and antimicrobial effects of plant flavonoids in experimental periodontitis. Journal of Periodontal Research, 58(4), 589–602. https://doi.org/10.1111/jre.13032
Sales, L. S., Brighenti, F. L., & Brighenti, F. (2025). Anti-inflammatory, antioxidant, and antimicrobial evaluation of morin. Archives of Oral Biology, 106, Article 106343. https://doi.org/10.1016/j.archoralbio.2025.106343