LA CONSTRUCCIÓN JURÍDICA, SOCIAL Y BIOLÓGICA DE LOS DERECHOS DE LAS PERSONAS INTERSEXUALES EN EL MUNDO
DOI:
https://doi.org/10.56238/arev7n10-290Palabras clave:
Autodeterminación, Personas Intersexuales, Derechos de Género, Políticas Públicas AntidiscriminaciónResumen
Considerando la marginación histórica de las personas intersexuales y el predominio de concepciones biomédicas binarias que, con el tiempo, patologizaron sus cuerpos y negaron su autodeterminación, este artículo analiza la construcción jurídica de los derechos intersexuales en el contexto internacional y sus repercusiones en el sistema jurídico brasileño. El objetivo es examinar la evolución normativa y jurisprudencial orientada a la protección de la integridad física, el reconocimiento civil y la garantía de la autonomía de estas personas. Para ello, se realiza una investigación documental y cronológica, basada en el análisis de legislación, tratados y decisiones judiciales emitidas entre 1996 y 2024, a la luz de los marcos teóricos de los estudios de derechos humanos y de género. Así, se observa que, en las últimas décadas, varios países han pasado de la invisibilidad jurídica a la consolidación de marcos legales que prohíben las intervenciones médicas no consensuadas, reconocen la condición de "intersexual" y establecen mecanismos de reparación histórica. Sin embargo, parece que Brasil aún carece de legislación específica, limitándose a la aplicación genérica de los principios constitucionales. De ello se desprende que la plena realización de los derechos intersexuales requiere no sólo normas jurídicas, sino también una transformación cultural e institucional que garantice el derecho a la autodeterminación corporal y a una ciudadanía digna e inclusiva.
Descargas
Referencias
ALEMANHA. Gesetz zum Schutz von Kindern mit Varianten der Geschlechtsentwicklung. 2021. Disponível em: https://www.bmjv.de/SharedDocs/Downloads/DE/Gesetzgebung/BGBl/Bgbl_Varianten_der_Geschlechtsentwicklung.html. Acesso em: 3 set. 2025.
AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION. Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders (DSM-5). 5. ed. Washington, DC: American Psychiatric Association, 2013. Disponível em: https://www.psychiatry.org/psychiatrists/practice/dsm. Acesso em: 1 set. 2025.
AMNESTY INTERNATIONAL. First, do no harm: Denmark and Germany, failures to respect and protect intersex rights. 2017. Disponível em: https://www.amnesty.org/en/documents/eur01/6086/2017/en/. Acesso em: 3 set. 2025.
ARCHIVO PRENSA INADI. Intersexualidad: el INADI contra la violencia del Sistema binario de sexo y de género. Buenos Aires, 2015. Disponível em: https://www.inadi.gob.ar/. Acesso em: 1 set. 2025.
ÁFRICA DO SUL. Alteration of Sex Description and Sex Status Act 49 of 2003. Government Gazette, 2004. Disponível em: https://www.gov.za/documents/alteration-sex-description-and-sex-status-act. Acesso em: 19 ago. 2025.
ÁFRICA DO SUL. Promotion of Equality and Prevention of Unfair Discrimination Act 4 of 2000. Government Gazette, 2000. Disponível em: https://www.gov.za/documents/promotion-equality-and-prevention-unfair-discrimination-act. Acesso em: 19 ago. 2025.
ÁUSTRIA. Tribunal Constitucional. Certidão de nascimento com marcador “intersexo”. Decisão de 2018. Disponível em: https://www.loc.gov/law/foreign-news/article/austria-court-allows-intersex-individuals-to-register-third-gender-other-than-male-or-female/. Acesso em: 3 set. 2025.
AUSTRÁLIA. Department of Foreign Affairs and Trade. Passports Policy: Sex and Gender Diversity. 2003. Disponível em: https://www.passports.gov.au. Acesso em: 19 ago. 2025.
BLACKLESS, Melanie; CHARUVASTRA, Anthony; DERRYCK, Amanda; FAUSTO-STERLING, Anne; LAUZANNE, Karl; LEE, Ellen. How sexually dimorphic are we? Review and synthesis. American Journal of Human Biology, v. 12, p. 151–166, 2000.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília: Senado Federal, 1988.
BRASIL. Lei nº 12.662, de 5 de junho de 2012. Dispõe sobre a Declaração de Nascidos Vivos. Diário Oficial da União, Brasília, 6 jun. 2012. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12662.htm. Acesso em: 1 set. 2025.
BRASIL. Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos. Relatório sobre Direitos Humanos e Pessoas Intersexo. Brasília, 2019. Disponível em: https://www.gov.br/mdh/pt-br. Acesso em: 1 set. 2025.
BRASIL. Projeto de Lei nº 3.100/2024. Dispõe sobre os direitos das pessoas intersexo. Câmara dos Deputados, Brasília, 2024.
BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Mandado de Injunção nº 7452. Rel. Min. Cármen Lúcia. Julgado em 2023. Disponível em: https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6714998. Acesso em: 2 set. 2025.
CARDOSO, Mônica Porto; LOHANNA, Adriana. Perspectiva histórica intersexo por uma visão decolonial. ConCI: Convergências em Ciência da Informação, Aracaju, v. 6, n. especial, p. 1–11, 2024. DOI: 10.33467/conci.v6i.20132. Disponível em: https://periodicos.ufs.br/conci/article/view/20132. Acesso em: 27 ago. 2025.
CARPENTER, Morgan. The human rights of intersex people: addressing harmful practices and rhetoric of change. Reproductive Health Matters, v. 24, n. 47, p. 74–84, 2016. Disponível em: https://www.tandfonline.com/doi/full/10.1016/j.rhm.2016.03.002. Acesso em: 1 set. 2025.
CONSELHO DA EUROPA. Resolution 2191 (2017): Promoting the human rights of and eliminating discrimination against intersex people. Estrasburgo, 2017.
CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA. Enunciados sobre registro civil de pessoas intersexo. Brasília, 2025. Disponível em: https://www.cnj.jus.br/. Acesso em: 1 set. 2025.
COUNCIL OF EUROPE. Human rights and intersex people. Strasbourg: Commissioner for Human Rights, 2015. Disponível em: https://www.coe.int/en/web/commissioner/-/human-rights-and-intersex-people. Acesso em: 1 set. 2025.
FERRARI, W. David Reimer, o garoto que foi erroneamente criado como menina após um acidente. Aventuras na História, 2020. Disponível em: https://aventurasnahistoria.uol.com.br/noticias/reportagem/david-reimer-o-garoto-que-foi-erroneamente-criado-como-menina-apos-um-acidente.phtml. Acesso em: 14 ago. 2025.
GARLAND, Fae; TRAVIS, Mitchell. Legislating intersex equality: building the resilience of intersex people through law. Legal Studies, v. 38, n. 4, p. 587–606, 2018. Disponível em: https://www.cambridge.org/core/journals/legal-studies/article/legislating-intersex-equality/AE6E5C7C4F0C88B76F869F6E8C5F3C4C. Acesso em: 1 set. 2025.
GHATTAS, Dan Christian. Protecting Intersex People in Europe: A Toolkit for Policy and Law Makers. Strasbourg: ILGA-Europe; OII Europe, 2019. Disponível em: https://www.ilga-europe.org/resources/toolkits-and-guides. Acesso em: 1 set. 2025.
GRÉCIA. Lei nº 4958/2022. Medidas para a proteção dos direitos das pessoas intersexo. Atenas, 2022.
HUMAN RIGHTS WATCH. “I Want to Be Like Nature Made Me”: Medically Unnecessary Surgeries on Intersex Children in the US. Nova York: HRW, 2017.
ILGA-EUROPE. Annual Review of the Human Rights Situation of LGBTI People in Europe. Bruxelas: ILGA-Europe, 2022.
ILGA-EUROPE. Protecting Intersex Children: Netherlands Proposal and Compensation Fund. Bruxelas: ILGA-Europe, 2023.
INTERACT. Report on Intersex Reparations in Chile and USA. InterACT Advocates for Intersex Youth, 2020.
INTERSEX HUMAN RIGHTS AUSTRALIA. Ten years of “X” passports, and no protection from discrimination. Sydney, 2020. Disponível em: https://ihra.org.au/. Acesso em: 1 set. 2025.
ISLÂNDIA. Act on Gender Autonomy nº 80/2019. Reykjavík, 2019.
KELLY, Melissa J. David Reimer and John Money gender reassignment controversy: the John/Joan case. Embryo Project Encyclopedia, 2017. Disponível em: https://embryo.asu.edu/pages/david-reimer-and-john-money-gender-reassignment-controversy-johnjoan-case. Acesso em: 14 ago. 2025.
LEIVAS, P. G. C. et al. Violações de direitos humanos nos procedimentos normalizadores em crianças intersexo. Cadernos de Saúde Pública, v. 39, n. 1, p. e00066322, 2023. Disponível em: https://doi.org/10.1590/0102-311XPT066322. Acesso em: 29 set. 2025.
LOS ANGELES TIMES STAFF. David Reimer, subject of gender experiment, dies at 38. Los Angeles Times, 2004. Disponível em: https://www.latimes.com/archives/la-xpm-2004-may-13-me-reimer13-story.html. Acesso em: 14 ago. 2025.
MIGALHAS. Intervenções médicas não consentidas como lesões corporais. Migalhas de Direito Médico e Bioética, 2022. Disponível em: https://www.migalhas.com.br/coluna/migalhas-de-direito-medico-e-bioetica/377279/intervencoes-medicas-nao-consentidas-como-lesoes-corporais. Acesso em: 2 set. 2025.
MOROSINI, Márcia Valéria Guimarães Cardoso (Org.); REIS, José Roberto Franco (Org.). Sociedade, estado e direito à saúde. Rio de Janeiro: EPSJV/Fiocruz, 2007.
NAÇÕES UNIDAS. Dia da Visibilidade Intersexo: enfrentar preconceito, discriminação e falta de informação. Nações Unidas Brasil, 26 out. 2020. Disponível em: https://brasil.un.org/pt-br/97415-dia-da-visibilidade-intersexo-enfrentar-preconceito-discrimina%C3%A7%C3%A3o-e-falta-de-informa%C3%A7%C3%A3o. Acesso em: 29 set. 2025.
PAÍSES BAIXOS. Projeto de Lei Intersex, 2024. Parlamento Holandês, Haia, 2024.
PIKRAMENOU, Nikoletta. Intersex Rights: Living Between Sexes. Cham: Springer, 2019. Disponível em: https://link.springer.com/book/10.1007/978-3-030-15150-0. Acesso em: 1 set. 2025.
PORTUGAL. Lei nº 38/2018, de 7 de agosto. Direito à autodeterminação da identidade de gênero, expressão de gênero e à proteção das características sexuais de cada pessoa. Diário da República, Lisboa, 2018.
REINO UNIDO. Births and Deaths Registration Act 1953. London: Parliament of the United Kingdom, 1953. Disponível em: https://www.legislation.gov.uk/ukpga/Eliz2/1-2/20. Acesso em: 19 ago. 2025.
REINO UNIDO. Gender Recognition Act 2004. London: Parliament of the United Kingdom, 2004. Disponível em: https://www.legislation.gov.uk/ukpga/2004/7/contents. Acesso em: 19 ago. 2025.
ROSIN, Hanna. A boy’s life. The Atlantic, 2008. Disponível em: https://www.theatlantic.com/magazine/archive/2008/11/a-boys-life/307059/. Acesso em: 14 ago. 2025.
SANTOS, Thaís Emília de Campos dos. Jacob(y), “Entre os Sexos” e Cardiopatias: o que o fez Anjo? 3. ed. São Paulo: Scortecci, 2025. ISBN 978-85-366-6145-2.
SANTOS, Thaís Emília de Campos dos. Educação de crianças e adolescentes intersexo. 2020. 180 f. Tese (Doutorado em Educação) – Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (UNESP), Marília, 2020. Acesso em: 25 jun. 2020. Disponível em: https://repositorio.unesp.br/handle/11449/193215.
SANTOS, Thaís Emília de Campos dos; ALBUQUERQUE, Cátia; FREITAS, Dionne. 150 variações intersexo. Curitiba: CRV, 2024. ISBN 978-65-251-5804-4.
SANTOS, T. E. C.; MARTINS, R. A. Intersexo, identidade biopolítica e a educação. Educação: Teoria e Prática, Rio Claro, v. 33, n. 66, 2023. eISSN 1981-8106.
TILIO, R. D.; HAINES, L. F. Vivência Intersexos: identidade, autopercepção, designação sexual e seus desdobramentos. Psicologia: Ciência e Profissão, v. 41, p. e228578, 2021.
TRAVIS, Mitchell. Accomodating intersexuality in European Union anti discrimination law. European Law Journal, v. 21, n. 2, p. 180-189, 2015. Disponível em: http://www.oii.org.au/23183/germany-third-gender-birth-certificates/. Acesso em: 1 set. 2025.
UNIÃO EUROPEIA. Diretiva (CE) 2006/54, de 5 de julho de 2006. Relativa à aplicação do princípio da igualdade de oportunidades e de tratamento entre homens e mulheres em assuntos de emprego e trabalho. Jornal Oficial da União Europeia, L 204, p. 23–36, 26 jul. 2006. Disponível em: https://eur-lex.europa.eu/legal-content/PT/TXT/?uri=celex%3A32006L0054. Acesso em: 19 ago. 2025.
UNIÃO EUROPEIA. Tribunal de Justiça da União Europeia. P. v. S. and Cornwall County Council, C-13/94. Julgado em: 30 abr. 1996. Disponível em: https://eur-lex.europa.eu/legal-content/EN/TXT/?uri=CELEX%3A61994CJ0013. Acesso em: 19 ago. 2025.
UNITED NATIONS HUMAN RIGHTS OFFICE OF THE HIGH COMMISSIONER (ACNUDH). Disponível em: https://www.ohchr.org/en/about-us/high-commissioner. Acesso em: 3 set. 2025.
UTTERLY INTERESTING. David Reimer: gender identity experiment. Utterly Interesting, 2022. Disponível em: https://www.utterlyinteresting.com/post/david-reimer-gender-identity-experiment. Acesso em: 14 ago. 2025.
