A FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES SOB O PRISMA DAS POLÍTICAS GERENCIALISTAS: PRECARIZAÇÃO E RESISTÊNCIA NO CONTEXTO LATINO-AMERICANO
DOI:
https://doi.org/10.56238/arev7n9-267Palavras-chave:
Formação Continuada, Políticas Educacionais, Gerencialismo, Precarização DocenteResumo
O presente estudo analisa criticamente os impactos do gerencialismo nas políticas de formação continuada docente no Brasil, a partir do papel do Estado e da influência de organismos internacionais. A pesquisa evidencia como a lógica da Nova Gestão Pública (NGP), centrada na eficiência, responsabilização e meritocracia, tem contribuído para a precarização da formação de professores, transferindo responsabilidades ao setor privado e enfraquecendo a autonomia pedagógica. Os resultados mostram que a formação continuada, antes concebida como direito e valorização profissional, passou a ser instrumento de ajustamento técnico às demandas do mercado e das avaliações externas. Os achados também destacam formas de resistência e possibilidades de superação, defendendo uma formação emancipadora, democrática e vinculada à valorização docente e à construção de políticas públicas comprometidas com a justiça social.
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