IMPACTO DA PANDEMIA DE COVID-19 NA EPIDEMIOLOGIA DA DENGUE EM ITUMBIARA E GOIÁS
DOI:
https://doi.org/10.56238/arev7n7-272Palavras-chave:
Dengue, COVID-19, Microplásticos, Segurança HídricaResumo
Objetivo: Avaliar o perfil epidemiológico da dengue e sua correlação com a pandemia de COVID-19 no estado de Goiás e no município de Itumbiara. Método: Estudo epidemiológico, transversal, quantitativo e explicativo, que analisou o impacto da pandemia de COVID-19 na notificação de casos de dengue entre março e junho, no período de 2017 a 2023. Os dados foram obtidos do banco de dados do DATASUS. As variáveis analisadas incluíram número de casos, sexo, faixa etária, raça/cor, escolaridade, forma clínica, critérios confirmatórios e evolução dos casos. Resultados e Discussão: Em Goiás e Itumbiara, os casos de dengue acometeram majoritariamente indivíduos negros, do sexo feminino e com idade entre 20 e 39 anos. No estado de Goiás, a maioria dos diagnósticos foi realizada por critério clínico-epidemiológico, com predomínio da forma sem sinais de alarme e desfecho de cura. Em Itumbiara, os registros referentes à forma clínica, critério diagnóstico, evolução e escolaridade apresentaram alto percentual de dados ignorados ou inconclusivos. Observou-se uma queda na incidência de dengue de 56% em Goiás e 51% em Itumbiara entre 2019 e 2020, seguida de nova redução em 2021 (64% e 37,8%, respectivamente), com um aumento expressivo em 2022 (376% em Goiás e 952% em Itumbiara). Conclusões: As medidas adotadas durante a pandemia de COVID-19, muitas vezes destoantes das diretrizes de prevenção da dengue, contribuíram para a redução dos diagnósticos presuntivos e confirmados da arbovirose nos anos de maior rigor sanitário, além de provável subnotificação. O aumento observado em 2022 ocorreu em um cenário de flexibilização das medidas de isolamento social, impulsionado pelo avanço da vacinação contra a COVID-19, além de um incremento no consumo e descarte irregular de produtos plásticos, potencializando a proliferação de criadouros do vetor.
Downloads
Referências
BISWAS, Saurav et al. First report of rubber collection bowls & plastic and bamboo water containers as the major breeding source of Ae. albopictus with the indigenous transmission of Dengue and Chikungunya in rural forested malaria-endemic villages of Dhalai District, Tripura, India: The importance of molecular identification. Biomedicines, v. 11, n. 8, p. 2186, 2023. DOI: https://doi.org/10.3390/biomedicines11082186
BOKHARI, S. M. M. A.; MAHMOOD, F.; BOKHARI, S. M. S. A.. Case report: diagnosis of COVID-19 versus tropical diseases in Pakistan. The American J. Trop. Med. Hygiene, v. 103, n. 1, p. 77, 2020. DOI: https://doi.org/10.4269/ajtmh.20-0356
BORGES, T. S. et al. Analysis of the Potential Presence of Microplastics in River and Potable Waters in Itumbiara, Goiás, and Impact on Water Security. ARACÊ, [S. l.], v. 7, n. 4, p. 20212–20221, 2025. DOI: https://doi.org/10.56238/arev7n4-262
BRADY, O.; WILDER-SMITH, A. What is the impact of lockdowns on dengue?. Current infectious disease reports, v. 23, p. 1-8, 2021. DOI: https://doi.org/10.1007/s11908-020-00744-9
BRASIL. Ministério da Saúde. Monitoramento dos casos de arboviroses até a semana epidemiológica 52 de 2022. Boletim epidemiológico, Brasília, v. 54, n.1, Jan. 2023.
BRASIL. Ministério da Saúde. Saúde instala COE Arboviroses para monitorar aumento de casos de dengue e Chikungunya no país. Ministério da Saúde – Saúde e Vigilância Sanitária, 16/03/2023. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/noticias/2023/marco/saude-instala-coe-arboviroses-para-monitorar-aumento-de-casos-de-dengue-e-chikungunya-no-pais#:~:text=Em%202022%2C%20entre%20janeiro%20e,casos%20entre%20todas%20as%20notifica%C3%A7%C3%B5es. Acesso em: 24 de nov. 2023.
CASELLA, C. et al. Microplastics in Sewage Sludge: A review. Environ Sci Pollut Res Int., v. 30, n. 23, p. 63382-63415, 2023. DOI: https://doi.org/10.1007/s11356-023-27151-6
EL-SHABASY, R. M. et al. Three waves changes, new variant strains, and vaccination effect against COVID-19 pandemic. International Journal of Biological Macromolecules, v. 204, p. 161-168, 2022. DOI: https://doi.org/10.1016/j.ijbiomac.2022.01.118
FERREIRA, H. S. et al. Impacts of El Niño Southern Oscillation on the dengue transmission dynamics in the Metropolitan Region of Recife, Brazil. Rev. Soc. Bras. Med. Tropical, v. 55, p. e0671-2021, 2022. DOI: https://doi.org/10.1590/0037-8682-0671-2021
KULARATNE, S. A.; DALUGAMA, C. Dengue infection: Global importance, immunopathology and management. Clinical Medicine, v. 22, n. 1, p. 9, 2022. DOI: https://doi.org/10.7861/clinmed.2021-0791
LORENZ, Camila et al. Have measures against COVID-19 helped to reduce dengue cases in Brazil? Travel Medicine and Infectious Disease, v. 37, p. 101827, 2020. DOI: https://doi.org/10.1016/j.tmaid.2020.101827
MAJUMDER, Joydeb; MINKO, Tamara. Recent developments on therapeutic and diagnostic approaches for COVID-19. The AAPS journal, v. 23, p. 1-22, 2021. DOI: https://doi.org/10.1208/s12248-020-00532-2
MALAVIGE, G. N.; JEEWANDARA, C.; OGG, G. S. Dengue and COVID-19: two sides of the same coin. Journal of Biomedical Science, v. 29, n. 1, p. 48, 2022. DOI: https://doi.org/10.1186/s12929-022-00833-y
METCALF, R. et al. Sewage-associated plastic waste washed up on beaches can act as a reservoir for faecal bacteria, potential human pathogens, and genes for antimicrobial resistance. Mar Pollut Bull., v. 180, p. 113766, 2022. DOI: https://doi.org/10.1016/j.marpolbul.2022.113766
NACHER, M. et al. Simultaneous dengue and COVID-19 epidemics: Difficult days ahead?. PLoS Neglected Tropical Diseases, v. 14, n. 8, p. e0008426, 2020. DOI: https://doi.org/10.1371/journal.pntd.0008426
OLIVE, M. et al. The COVID-19 pandemic should not jeopardize dengue control. PLoS neglected tropical diseases, v. 14, n. 9, p. e0008716, 2020. DOI: https://doi.org/10.1371/journal.pntd.0008716
OLIVEIRA, Priscila Feliciano de et al. The impact of COVID-19 isolation on general and emotional health self-perception of Brazilians. 2022.
REEGAN, A. D. et al. COVID-19 lockdown: impact assessment on Aedes larval indices, breeding habitats, effects on vector control programme and prevention of dengue outbreaks. Heliyon, v. 6, n. 10, 2020. DOI: https://doi.org/10.1016/j.heliyon.2020.e05181
SCHULTE, H. L. et al. SARS-CoV-2/DENV co-infection: a series of cases from the Federal District, Midwestern Brazil. BMC Infectious Diseases, v. 21, p. 1-8, 2021. DOI: https://doi.org/10.1186/s12879-021-06456-2
SEMENZA, J. C.; ROCKLÖV, J.; EBI, K. L. Climate Change and Cascading Risks from Infectious Disease. Infect Dis Ther., v. 11, n. 4, p. 1371-1390, 2022 DOI: https://doi.org/10.1007/s40121-022-00647-3
SHARMA, Hemlata et al. Does COVID-19 lockdowns have impacted on global dengue burden? A special focus to India. BMC Public Health, v. 22, n. 1, p. 1402, 2022. DOI: https://doi.org/10.1186/s12889-022-13720-w
TAVARES, W.; MARINHO, L. A. C. Rotinas de Diagnósticos e Tratamentos das Doenças infecciosas e Parasitárias. 4. ed. São Paulo: Editora Atheneu, 2015.
WERNECK, G. L.; CARVALHO, M. Sá. A pandemia de COVID-19 no Brasil: crônica de uma crise sanitária anunciada. Cadernos de Saúde Pública, v. 36, p. e00068820, 2020. DOI: https://doi.org/10.1590/0102-311x00068820
WORD HEALTH ORGANIZATION (WHO). Epidemiological Update: Dengue and other arboviruses. Pan American Health Organization, 2020. Disponível em: https://www.paho.org/pt/documents/epidemiological-update-dengue-and-other-arboviruses-10-june-2020. Acesso em: 17 de jun. 2022.
ZHOU, Y. et al. Social media efficacy in crisis management: effectiveness of non-pharmaceutical interventions to manage COVID-19 challenges. Frontiers in Psychiatry, v. 12, p. 626134, 2022. DOI: https://doi.org/10.3389/fpsyt.2021.626134
da SILVA, E. F. et al. Evaluation of microplastic and marine debris on the beaches of Niterói Oceanic Region, Rio De Janeiro, Brazil. Mar Pollut Bull., v. 2022, n. 175, p. 113161, 2022. DOI: https://doi.org/10.1016/j.marpolbul.2021.113161