ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DOS CASOS DE ZIKA VÍRUS EM MINAS GERAIS (2019-2023): TENDÊNCIAS, SAZONALIDADE E IMPLICAÇÕES PARA A SAÚDE PÚBLICA
DOI:
https://doi.org/10.56238/arev7n7-310Palavras-chave:
Zika Vírus, Microcefalia, Aedes aegypti, Sazonalidade, Minas Gerais, Controle Vetorial, Saúde Pública, ArbovirosesResumo
Introdução: O Zika vírus, transmitido principalmente pelo mosquito Aedes aegypti, causou surtos significativos no Brasil entre 2015 e 2016, quando a infecção foi associada ao aumento dos casos de microcefalia em recém-nascidos. Desde então, a vigilância epidemiológica tem monitorado sua prevalência e impacto, especialmente em Minas Gerais, um estado que enfrenta desafios devido às condições climáticas e à densidade populacional. A relação entre o Zika vírus e a microcefalia, assim como outras complicações associadas, continua sendo uma preocupação. Objetivo: Este estudo tem como objetivo analisar os padrões e tendências dos casos de Zika vírus em Minas Gerais entre os anos de 2019 e 2023, com ênfase nas variações anuais, distribuição por faixa etária, sexo e região geográfica, e discutir os dados à luz da literatura existente, com foco nas possíveis correlações com a microcefalia e outras complicações associadas. Metodologia: Trata-se de um estudo ecológico, retrospectivo e descritivo, utilizando dados secundários extraídos do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC) e do Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS). Foram analisados os casos registrados de Zika vírus em Minas Gerais entre os anos de 2019 e 2023, considerando variáveis como sexo, faixa etária, cor/raça, e macrorregião do estado. Além disso, foram realizados cálculos de taxas ajustadas pela população, com dados fornecidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A análise envolveu a avaliação de gráficos referentes à distribuição anual dos casos, sazonalidade, e a concentração geográfica, com foco nas regiões mais afetadas e nas possíveis correlações com outros eventos de saúde pública, como a ocorrência de microcefalia. Resultados: O número de casos de Zika aumentou a partir de 2021, com um pico considerável em 2023. A maior incidência ocorreu entre março e maio, com um aumento nas regiões Centro e Norte de Minas Gerais. As mulheres e os adultos jovens (20-39 anos) foram as populações mais afetadas. A distribuição sazonal e geográfica indicou uma correlação com as condições climáticas e a densidade populacional. Discussão: O aumento dos casos pode ser explicado pela sazonalidade e pelo aumento das chuvas que favorecem a proliferação do mosquito vetor. As diferenças regionais no número de casos estão relacionadas ao acesso à saúde, com as macrorregiões Centro e Norte apresentando maior incidência. A literatura confirma que as mulheres em idade reprodutiva têm maior risco devido à exposição ao vetor, enquanto a diminuição dos casos de microcefalia após 2016 reflete as estratégias eficazes de controle. Conclusão: O estudo destaca a importância de políticas públicas contínuas de controle vetorial e educação em saúde, além de reforçar a necessidade de um monitoramento contínuo, especialmente durante os períodos de maior risco, para reduzir a propagação do Zika e as complicações associadas à infecção.