A FORMAÇÃO DOCENTE FRENTE ÀS EXIGÊNCIAS DA BNCC NA ESCOLA PÚBLICA BRASILEIRA
DOI:
https://doi.org/10.56238/arev7n7-293Palavras-chave:
Formação Docente, BNCC, Escola Pública, Currículo, Política EducacionalResumo
Este artigo analisa os desafios e contradições enfrentados na formação docente diante das exigências impostas pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC) no contexto da escola pública brasileira. A investigação, de abordagem qualitativa e natureza bibliográfica, problematiza a relação entre o discurso normativo da BNCC e as práticas formativas vivenciadas pelos professores, tanto na formação inicial quanto na continuada. Partindo do pressuposto de que a docência é uma prática complexa, situada e atravessada por disputas políticas e pedagógicas, o estudo evidencia os impactos da padronização curricular na autonomia docente, nos currículos dos cursos de licenciatura e nas condições reais de trabalho nas escolas públicas. As políticas de formação, muitas vezes orientadas por metas e avaliações externas, mostram-se alheias às especificidades dos contextos escolares, resultando em processos formativos fragilizados, fragmentados e distantes da realidade. O texto também denuncia a lógica tecnocrática que submete a formação docente a interesses de mercado e reforça uma cultura de responsabilização que desconsidera os limites estruturais da escola pública. A análise mostra uma reflexão sobre a urgência de se construir processos formativos críticos, dialógicos e comprometidos com a valorização profissional e a equidade educacional. Conclui-se que o enfrentamento das imposições da BNCC requer a retomada da centralidade dos professores como sujeitos de conhecimento, capazes de resistir, reinterpretar e transformar as práticas pedagógicas em favor de uma educação pública democrática e plural.