EMPATIA: UMA ANÁLISE INTERDISCIPLINAR DESDE SUAS ORIGENS FILOSÓFICAS ATÉ AS NEUROCIÊNCIAS E APLICAÇÕES CONTEMPORÂNEAS

Autores

  • Augusto Maia Felippe Autor
  • Luís Antônio Monteiro Campos Autor
  • Simone da Costa Fausta Autor
  • Rafael Welington Moreira Botelho Autor
  • Gilmar Weber Senna Autor
  • Michelle Soraia Dionísio Espinola Autor
  • Estelio Henrique Martins Dantas Autor
  • Cristiano Queiroz de Oliveira Autor

DOI:

https://doi.org/10.56238/arev7n7-297

Palavras-chave:

Empatia, Neurociência, Desenvolvimento Humano, Comportamento Social, Psicologia Social

Resumo

A empatia se configura como um fenômeno psicológico complexo, cujas raízes conceituais remontam à filosofia grega antiga, com contribuições fundamentais de Aristóteles e Platão. Este estudo, baseado em uma revisão narrativa da literatura com abordagem qualitativa e interdisciplinar, buscou analisar a evolução deste constructo desde suas formulações iniciais até sua consolidação como objeto de investigação científica no século XX, com os trabalhos seminais de Lipps e Titchener. Para tanto, foram consultadas as bases SciELO, PubMed, Google Scholar e obras referenciais, selecionando-se materiais que abordassem o tema de forma técnica e aprofundada, incluindo tanto perspectivas históricas quanto contemporâneas. Do ponto de vista neurocientífico, a análise revela que a empatia se estrutura em dois componentes distintos: o afetivo, relacionado à capacidade de compartilhar estados emocionais e mediado por sistemas subcorticais e neurônios-espelho; e o cognitivo, envolvendo processos de tomada de perspectiva e regulado pelo córtex pré-frontal em conjunto com funções executivas. Esta distinção é corroborada por estudos com pacientes neurológicos, que demonstram a dissociação funcional entre esses componentes quando há lesões cerebrais específicas. A síntese crítica dos dados evidenciou que o desenvolvimento da empatia segue um curso maturacional particular: enquanto o aspecto afetivo emerge precocemente, o componente cognitivo apresenta um desenvolvimento mais prolongado, atingindo sua plenitude apenas na idade adulta. Além disso, a revisão identificou diferenças significativas relacionadas ao gênero, com mulheres apresentando, em média, maior habilidade empática ao longo do ciclo vital. As aplicações práticas deste constructo foram analisadas em três domínios principais: (1) na educação, onde se mostra fundamental para o desenvolvimento moral e social; (2) na clínica, servindo como ferramenta importante para a compreensão de transtornos do neurodesenvolvimento; e (3) no âmbito ambiental, através do conceito de empatia ambiental, que tem se mostrado promissor para a promoção de comportamentos sustentáveis. Intervenções baseadas em ativação empática, seja por meio de narrativas emocionais ou contato direto com a natureza, emergiram como estratégias particularmente eficazes nos estudos revisados. Conclui-se que a empatia, por sua natureza multifacetada e bases neurobiológicas bem estabelecidas, apresenta um potencial transformador em diversos contextos sociais. A análise sugere a necessidade de pesquisas futuras que explorem sua plasticidade neural e desenvolvam intervenções baseadas em evidências, visando ampliar seu impacto positivo tanto nas relações humanas quanto na interação com o meio ambiente. Esta revisão destaca ainda a importância da abordagem interdisciplinar para a compreensão abrangente deste fenômeno psicológico complexo. 

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Publicado

2025-07-23

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

FELIPPE, Augusto Maia; CAMPOS, Luís Antônio Monteiro; FAUSTA, Simone da Costa; BOTELHO, Rafael Welington Moreira; SENNA, Gilmar Weber; ESPINOLA, Michelle Soraia Dionísio; DANTAS, Estelio Henrique Martins; DE OLIVEIRA, Cristiano Queiroz. EMPATIA: UMA ANÁLISE INTERDISCIPLINAR DESDE SUAS ORIGENS FILOSÓFICAS ATÉ AS NEUROCIÊNCIAS E APLICAÇÕES CONTEMPORÂNEAS. ARACÊ , [S. l.], v. 7, n. 7, p. 40335–40347, 2025. DOI: 10.56238/arev7n7-297. Disponível em: https://periodicos.newsciencepubl.com/arace/article/view/6786. Acesso em: 5 dez. 2025.