IMPACTO DOS POLIMORFISMOS P21 SER31ARG E TP53 ARG72PRO NA SUSCETIBILIDADE AO HPV E NA GRAVIDADE DAS LESÕES CERVICAIS
DOI:
https://doi.org/10.56238/arev7n7-226Palavras-chave:
Câncer do Colo do Útero (CCU), Polimorfismo de Nucleotídeo Único (SNP), Inibidor de quinase dependente de ciclina 1A (P21), Proteína supressora de tumor tp53 (p53), PolimorfismosResumo
Introdução: Embora seja prevenível e tratável, o câncer do colo do útero (CCU) continua causando mortes todos os anos. Apesar de o Papilomavírus Humano (HPV) ser o principal agente etiológico dessa doença, polimorfismos de nucleotídeo único (SNPs) em genes envolvidos no controle do ciclo celular, como P21 e TP53, são fatores importantes no desenvolvimento do câncer. Objetivo: Este estudo retrospectivo caso-controle teve como objetivo investigar a associação dos polimorfismos P21 Ser31Arg (rs1801270) e TP53 Arg72Pro (rs1042522) com a persistência da infecção pelo HPV e com a progressão da Neoplasia Intraepitelial Cervical (NIC I) para Lesões Intraepiteliais Escamosas de Alto Grau (HSIL) até o CCU. Métodos: Foram analisadas 581 mulheres, sendo 282 casos (HPV positivo, com NIC/CCU) e 299 controles (HPV negativo, sem NIC). As amostras do grupo caso foram obtidas de tecidos histológicos embebidos em parafina, enquanto as amostras do grupo controle foram coletadas a partir de secreções vaginais imersas em solução salina. O SNP rs1801270 foi avaliado por PCR-RFLP (Reação em Cadeia da Polimerase com Polimorfismo de Fragmento de Restrição), e o SNP rs1042522 foi analisado por MAMA-PCR (PCR com Amplificação de Mutações por Incompatibilidade de Pareamento). Resultados: O polimorfismo P21 rs1801270 foi significativamente associado ao aumento do risco de persistência do HPV e de desenvolvimento de NIC. Indivíduos com os genótipos CA (OR = 2,23; IC 95%: 1,366–3,650; p < 0,0001) e AA (OR = 3,87; IC 95%: 2,455–6,113; p < 0,0001) apresentaram risco aumentado para NIC/CCU. Embora não tenha sido observada associação individual com HSIL, CA+AA (OR = 3,14; IC 95%: 2,04–4,83; p = 7,57×10⁻⁸) sugerem que o alelo A triplica o risco. O polimorfismo TP53 rs1042522 foi associado ao HPV: GC (OR = 2,45; IC 95%: 1,632–3,682; p < 0,0001), CC (OR = 1,74; IC 95%: 1,168–2,597; p < 0,0001), mas CC foi protetor contra HSIL (OR = 0,049; IC 95%: 0,023–0,103; p < 0,0001). A comparação GC+CC vs GG confirmou que o alelo C aumenta o risco para HPV (OR = 2,06; IC 95%: 1,48–2,87; p = 2,17×10⁻⁵), embora possa proteger contra HSIL. Conclusão: Nossos resultados indicam que os polimorfismos P21 rs1801270 e TP53 rs1042522 estão associados à infecção persistente por HPV e à NIC I. O alelo A do P21 aumentou o risco para NIC, enquanto o alelo C do TP53 esteve associado à suscetibilidade ao HPV, sendo que o genótipo CC mostrou efeito protetor contra HSIL. Esses achados destacam a relevância dos polimorfismos genéticos como marcadores moleculares capazes de fomentar uma estratificação de risco mais precisa e orientar condutas clínicas.