LAVOURA ARCAICA: UMA REINVENÇÃO EM MOVIMENTO
DOI:
https://doi.org/10.56238/arev7n7-259Palavras-chave:
Cinema e Literatura, Linguagens Híbridas, Raduan Nassar, Recriação Sensorial, Corpo e Afeto, Luiz Fernando CarvalhoResumo
Este estudo investiga a transformação de Lavoura arcaica da literatura para o cinema como um processo criativo que se distancia do modelo tradicional de fidelidade estrita ao texto original. Em vez de reproduzir literalmente a obra de Raduan Nassar, o filme dirigido por Luiz Fernando Carvalho se situa em uma zona intermediária entre linguagens, onde as palavras ganham vida em imagens, sons e corporalidades que remodelam as emoções da narrativa literária. A análise foca nas relações e tensões intermidiais desencadeadas por essa transposição, evidenciando como o cinema serve como um espaço para a reinterpretação sensorial e simbólica do texto. Embasado em referências teóricas sobre adaptação, performatividade e intermidialidade (como Hutcheon, Stam, Rajewsky, Fischer-Lichte), o estudo propõe que a adaptação não é mera cópia, mas uma reinvenção estética em que o ritmo, o silêncio e a textura adquirem papel central na construção do significado. Ao deslocar a linguagem verbal para o campo do sensível, o filme transforma a leitura em experiência vivencial, ampliando o alcance do literário por meio da linguagem cinematográfica.