CORPOS INDÍGENAS E SABERES SILENCIADOS: EPISTEMICÍDIO E RESISTÊNCIA NAS POLÍTICAS DE SAÚDE INTERCULTURAL
DOI:
https://doi.org/10.56238/arev7n7-193Palavras-chave:
Epistemicídio, Interculturalidade, Política de Saúde, Saberes Tradicionais, Saúde IndígenaResumo
Introdução: As políticas de saúde direcionadas aos povos indígenas no Brasil enfrentam o desafio de superar práticas institucionais marcadas pelo epistemicídio, isto é, o apagamento sistemático dos saberes tradicionais e ancestrais. Apesar do avanço de legislações que reconhecem a interculturalidade, o modelo biomédico ainda prevalece na formação profissional e nos serviços ofertados, perpetuando desigualdades. Objetivo: analisar com base na literatura crítica e nas políticas públicas brasileiras as manifestações do epistemicídio e das formas resistências no âmbito das políticas de saúde direcionadas aos povos indígenas. Metodologia: Foi realizada uma revisão integrativa da literatura, orientada pela estratégia PICO para a definição da questão norteadora. A seleção dos estudos foi conduzida nas bases de dados PubMed, LILACS, SciELO e Google Acadêmico, abrangendo publicações no período de 2018 a 2025. Resultados: Os estudos apontam que, mesmo com reconhecimento legal parcial, os saberes indígenas seguem marginalizados nos protocolos oficiais. A resistência ocorre por meio da atuação dos Agentes Indígenas de Saúde, práticas rituais, produção autônoma de saberes e enfrentamento às estruturas curriculares coloniais. Conclusão: A superação do epistemicídio requer rupturas epistêmicas, reconhecimento horizontal dos saberes tradicionais e práticas políticas que valorizem a interculturalidade como eixo estruturante da saúde indígena.