TREINAMENTO FUNCIONAL E QUALIDADE DE VIDA EM ADULTOS COM ESTILO DE VIDA SEDENTÁRIO
DOI:
https://doi.org/10.56238/arev7n7-156Palavras-chave:
Treinamento funcional, Qualidade de vida, Estilo de vida sedentário, Saúde integral, Exercício físico, Bem-estarResumo
O sedentarismo é reconhecido mundialmente como um fator de risco crítico para diversas doenças crônicas não transmissíveis, incluindo obesidade, diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares e depressão. Nas últimas décadas, com o avanço da tecnologia e o aumento da urbanização, o número de adultos com estilo de vida sedentário cresceu exponencialmente. Paralelamente, observamos um declínio preocupante nos níveis de bem-estar físico, emocional e social dessa população. Diante desse cenário, o treinamento funcional surge como uma proposta inovadora e eficaz, por trabalhar padrões de movimentos naturais do corpo, como empurrar, puxar, agachar, girar, entre outros, promovendo ganhos não apenas de força e resistência, mas também de equilíbrio, coordenação motora, postura e flexibilidade.
Este estudo teve como objetivo investigar os impactos do treinamento funcional na qualidade de vida de adultos com histórico de sedentarismo, avaliando dimensões físicas, psicológicas e sociais. A pesquisa foi realizada com 30 adultos, entre 30 e 55 anos, participantes de um programa de treinamento funcional com duração de 12 semanas. Foram aplicados instrumentos quantitativos (como o questionário WHOQOL-BREF) e medidas antropométricas, além de registros qualitativos sobre a percepção dos participantes em relação às mudanças sentidas ao longo do processo.
Os resultados revelaram melhorias significativas em diversos domínios da qualidade de vida. No aspecto físico, houve redução no percentual de gordura corporal, melhora no condicionamento cardiorrespiratório e aumento da força muscular. Psicologicamente, os participantes relataram maior autoestima, redução dos sintomas de ansiedade e melhor regulação emocional. Do ponto de vista social, observou-se uma melhora nas relações interpessoais e aumento da participação em atividades coletivas fora do ambiente do treino. Esses achados sugerem que o treinamento funcional, quando bem estruturado e acompanhado por profissionais qualificados, pode representar uma ferramenta poderosa na promoção de saúde integral, sobretudo em contextos de vida moderna marcados por altos níveis de sedentarismo e estresse.
Além dos efeitos mensuráveis, um dado particularmente interessante foi o relato espontâneo de alguns participantes sobre a redescoberta do prazer pelo movimento. Muitos declararam que, após anos sem prática de exercícios físicos, conseguiram incorporar a atividade à rotina de maneira natural e prazerosa, o que reforça a ideia de que a adesão a um estilo de vida mais ativo pode ser facilitada por metodologias que respeitam os limites individuais e favorecem a autonomia do praticante.
A discussão dos resultados aponta para a necessidade de políticas públicas que incentivem programas de treinamento funcional em espaços acessíveis à população, especialmente em centros urbanos onde o sedentarismo é mais prevalente. Recomenda-se ainda que futuras pesquisas ampliem a amostra, considerem diferentes faixas etárias e explorem o impacto de variáveis como alimentação, sono e suporte social, a fim de construir um panorama mais completo sobre os efeitos do treinamento funcional na saúde global de adultos sedentários.
Concluímos que o treinamento funcional não deve ser visto apenas como uma alternativa ao exercício tradicional, mas sim como uma abordagem integrada, capaz de transformar significativamente a qualidade de vida de pessoas sedentárias. Sua natureza dinâmica, adaptável e multidisciplinar o torna especialmente eficiente para promover mudanças reais, sustentáveis e motivadoras no estilo de vida dos praticantes.