TELESSAÚDE NA ATENÇÃO PRIMÁRIA ENTRE MEDIAÇÕES DIGITAIS E CUIDADO HUMANIZADO
DOI:
https://doi.org/10.56238/arev7n6-329Palavras-chave:
Cuidado, Escuta, Formação, Singularidade, TelessaúdeResumo
A consolidação da telessaúde como dispositivo assistencial na Atenção Primária à Saúde (APS) não elimina contradições entre eficiência técnica e vínculo humanizado. Em um cenário marcado por desigualdades estruturais, a mediação tecnológica pode tanto ampliar o acesso ao cuidado quanto gerar práticas automatizadas que negligenciam os aspectos subjetivos do encontro clínico. O desafio ético reside em incorporar as tecnologias conectivas sem comprometer a escuta sensível, a singularidade do paciente e a autonomia dos profissionais da linha de frente. A pesquisa adota uma abordagem qualitativa, ancorada em levantamento bibliográfico, com ênfase em publicações que examinam os efeitos da telessaúde sobre os vínculos, protocolos e práticas da APS. O estudo busca tensionar os limites e alcances das mediações digitais, considerando a diversidade dos territórios e a complexidade dos desafios formativos enfrentados por profissionais que atuam entre plataformas e realidades locais. Os resultados sugerem que a telessaúde, quando pensada como ferramenta pedagógica e política, pode favorecer redes colaborativas, reorganizar fluxos de atendimento e consolidar estratégias de cuidado compartilhado. No entanto, isso depende da articulação entre competências digitais e escuta ativa, formação interdisciplinar e gestão pública sensível às singularidades territoriais. O trabalho se estrutura em torno de seis núcleos reflexivos que abordam os impactos das tecnologias na APS, os modos de mediação, os dilemas éticos, a formação profissional, a organização do sistema e as possibilidades de inovação no cuidado digital.