O TRAUMÁTICO DA GESTAÇÃO E O TRAUMA DECORRENTE DE UMA GRAVIDEZ POR VIOLÊNCIA SEXUAL
DOI:
https://doi.org/10.56238/arev7n6-314Palavras-chave:
Maternidade, Trauma, Violência sexual, Gestação decorrente de estuproResumo
Este artigo propõe uma análise psicodinâmica da gestação decorrente de estupro, articulando conceitos psicanalíticos com os impactos físicos, psíquicos e sociais dessa vivência traumática. Sabe-se já que a gestação é um momento de grande mobilização psíquica, que desencadeia mudanças físicas, psicológicas e sociais, contudo, a gravidez decorrente de estupro é um agravante para este período e pode tornar essa vivência ainda mais ameaçadora para o psiquismo da mulher. Ao problematizar o ideal de maternidade, o texto questiona normativas sociais que desconsideram o desejo da mulher, destacando a importância de escutas clínicas empáticas, não moralizantes e que respeitem a subjetividade da mulher. Enfatiza-se a necessidade de garantir a essas mulheres o direito à escolha — seja pela continuidade da gravidez, adoção ou abortamento previsto em lei — considerando o papel essencial do cuidado institucional e da rede de apoio na construção de novos sentidos frente ao trauma. A maternidade, neste contexto, é apresentada como uma possibilidade, e não como uma imposição, abrindo espaço para experiências diversas e complexas de ser mulher, gestar e (não) maternar.