DOENÇAS PREVALENTES NA INFÂNCIA – AVALIAÇÃO CLÍNICA E CUIDADOS CONTINUADOS NO ÂMBITO DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE (APS)
DOI:
https://doi.org/10.56238/arev7n6-132Palavras-chave:
Saúde Infantil, Atenção Primária, Agravos Prevalentes, Cuidado TerritorialResumo
A infância constitui uma fase de intensas transformações físicas, cognitivas e sociais, o que a torna especialmente suscetível ao adoecimento e à vulnerabilidade clínica. No cenário brasileiro, os principais agravos infantis que demandam atenção no âmbito da Atenção Primária à Saúde (APS) incluem infecções respiratórias agudas, diarreias, enteroparasitoses, asma, anemia ferropriva, deficiência de vitamina A e arboviroses. Diante desse panorama, a APS exerce papel estratégico na promoção da saúde infantil, articulando ações de prevenção, vigilância em saúde, diagnóstico precoce e cuidados continuados, com foco na integralidade do cuidado e na territorialização das práticas clínicas. Este artigo tem como objeto de análise a abordagem clínica e o acompanhamento longitudinal das doenças prevalentes na infância no contexto da APS, considerando as diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS) e as especificidades do cuidado pediátrico no território. O objetivo geral é compreender de que forma a APS organiza e executa ações de manejo clínico e cuidado continuado frente aos agravos mais frequentes na infância. Como objetivos específicos, destacam-se: (1) identificar os principais agravos infantis atendidos na APS; (2) analisar os protocolos clínicos e as estratégias de cuidado adotadas; (3) discutir a centralidade do vínculo, da longitudinalidade e da participação familiar na efetividade do cuidado. A pergunta de partida que orienta a investigação é: como a APS contribui para o manejo clínico e o acompanhamento contínuo das doenças prevalentes na infância, garantindo atenção integral, humanizada e resolutiva no território? Teoricamente trabalhamos com os trabalhos de Bagrichevsky e Estevão (2015), Barbosa (2002), Canguilhem (2009), Farmer (1998; 2003; 2013), Giovanella (2012), Illich (1975; 1982), Kickbusch (2013), Levy e Sidel (2005; 2007), Marmot (2005; 2015), McKeown (1980), Mendes (2011), Merhy (2007; 2016), Minayo (2007), Paim (2011; 2012), Pickett e Wilkinson (2010), Richter (2001), Santos (2023), Starfield (1994; 2002; 2005), Werner (2009), Wilkinson e Marmot (2005; 2010), entre outros, bem como documentos da OMS e UNICEF (2005). A pesquisa é de cunho qualitativa a partir de Minayo (2007), bibliográfica e descritiva conforme Gil (2008) e com análise crítica-compreensiva a partir de Weber (1949). Os achados desta pesquisa evidenciam que a Atenção Primária à Saúde (APS) desempenha um papel central e insubstituível no manejo clínico e no acompanhamento continuado das doenças prevalentes na infância. Por meio de ações territoriais, escuta qualificada e vínculo duradouro com as famílias, a APS garante um cuidado mais integral, resolutivo e humanizado, especialmente em contextos de maior vulnerabilidade social. Observou-se que o sucesso das práticas clínicas depende, sobretudo, da articulação entre protocolos, saberes locais e presença cotidiana das equipes nos territórios. Assim, a APS se consolida como base estruturante da proteção à saúde infantil no SUS.