A ONTOLOGIA NEGRA E O REGIME DISCIPLINAR: ENTRE A ANIQUILAÇÃO E A RESISTÊNCIA
DOI:
https://doi.org/10.56238/arev7n6-080Palavras-chave:
Poder, Racialização, Subjetividade, Fenomenologia, DecolonialidadeResumo
A persistência da racialização e do controle disciplinar dos corpos negros evidencia a necessidade de ampliar as análises críticas sobre poder e subjetividade, sobretudo no contexto da colonialidade do poder e da necropolítica. Este estudo tem como objetivo investigar as intersecções entre poder, racialização e subjetividade a partir das contribuições filosóficas de Michel Foucault (1995), Frantz Fanon (2008) e autores contemporâneos da teoria crítica racial e fenomenologia. Adota-se uma abordagem qualitativa baseada em revisão bibliográfica e documental. Os resultados revelam que, embora a genealogia foucaultiana seja fundamental para compreender os dispositivos disciplinares, ela carece de uma perspectiva que abarque a violência racial estrutural e a aniquilação ontológica dos corpos racializados, enfatizada por Fanon e pensadores decoloniais (Mbembe, 2018; Mudimbe, 1988; Asante 2003; Thiong’o 2009; Ndlovu-Gatsheni, 2013; Carneiro, 2005; Evaristo, 2017). A articulação com a fenomenologia do corpo permite apreender as experiências vividas dessas violências e das resistências que emergem nesse processo. Conclui-se que a compreensão da punição racializada requer um referencial interdisciplinar que ultrapasse o paradigma eurocêntrico, contribuindo para o avanço teórico sobre a relação entre poder, corpo e raça, e práticas políticas que visem à descolonização e a justiça social.