ESTUDO IN VITRO E IN VIVO DE FORMULAÇÃO ANTIFÚNGICA COMPLEXO ANFOTERICINA B-7-DEHIDROCOLESTEROL: TOXICIDADE E AÇÃO NA PARACOCCIDIOIDOMICOSE EXPERIMENTAL
DOI:
https://doi.org/10.56238/arev7n2-054Palavras-chave:
Anfotericina B, Complexo anfotericina B-7-dehidrocolesterol, Paracoccidioidomicose.Resumo
A paracoccidioidomicose (PCM) é uma micose sistêmica causada pelo fungo Paracoccidioides brasiliensis que, quando não diagnosticada e tratada precocemente, pode evoluir para formas disseminadas graves e letais. A anfotericina B desoxicolato (AMB-D) é a principal opção para o tratamento intravenoso dos casos graves da doença; no entanto, seu uso é limitado devido à alta nefrotoxicidade. Este estudo teve como objetivo avaliar a toxicidade in vitro e in vivo do complexo AMB-7DC—uma formulação hidrossolúvel e termoestável resultante da ligação da AMB-D ao radical 7-dehidrocolesterol. Essa modificação reduz sua reatividade com o colesterol, o que pode minimizar os efeitos colaterais. Além disso, foi avaliada a ação fungicida in vivo contra P. brasiliensis. A toxicidade in vitro foi analisada pelo teste de hemólise em eritrócitos de carneiro, enquanto a toxicidade in vivo foi determinada pela dose máxima tolerada em camundongos BALBc. A eficácia antifúngica foi avaliada por meio da quantificação da carga fúngica (CFU) em camundongos BALB/c infectados com P. brasiliensis (1,2 × 10⁶ células/mL) e tratados ou não com os antifúngicos. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Experimentação Animal da Universidade Estadual de Londrina (CEEA nº 38/05, processo nº 23944/05). Os resultados indicaram que o AMB-7DC apresentou menor toxicidade em comparação à AMB-D, tanto nos ensaios in vitro quanto in vivo. Em relação à carga fúngica, observou-se uma redução nos grupos tratados em comparação ao grupo controle infectado (p < 0,05), todavia sem diferença significativa entre os grupos AMB-D versus AMB-7DC (p > 0,05). Com base nesses achados preliminares, conclui-se que o AMB-7DC mantém sua atividade antifúngica contra P. brasiliensis, apresentando menor toxicidade em comparação à AMB-D. Assim, o complexo AMB-7DC demonstra potencial para o tratamento da PCM, sendo necessários estudos adicionais para uma avaliação mais aprofundada.