ARMADILHAS DO PENSAMENTO COMPUTACIONAL: ANÁLISE CRÍTICA
DOI:
https://doi.org/10.56238/arev7n1-121Palavras-chave:
Pensamento Computacional, Jeanette Wing, Algoritmos, Informática na Educação, Análise CríticaResumo
Este artigo analisa criticamente a evolução do conceito de pensamento computacional (PC) nos trabalhos de Jeanette Wing, com foco nos artigos publicados entre 2006 e 2017. Argumenta-se que, embora Wing tenha promovido amplamente o PC como uma habilidade essencial para diversas áreas do conhecimento, sua definição apresenta ambiguidades conceituais que comprometem sua delimitação e aplicabilidade. Um dos principais problemas identificados é o uso do operador lógico "OR" na definição inicial do PC, o que permite interpretações excessivamente amplas e a inclusão de processos exclusivamente humanos, não passíveis de execução por máquinas. A revisão dos textos posteriores demonstra que essa indefinição não foi corrigida, resultando em dificuldades na consolidação do PC como um campo formalmente estruturado. Além disso, discute-se a centralidade dos algoritmos, elemento essencial para a identidade do PC, e como sua ausência explícita na formulação de Wing contribui para a diluição do conceito. Também são examinadas as implicações educacionais da falta de uma definição precisa, que impactam diretamente o ensino e a implementação curricular do PC. Por fim, argumenta-se que, para garantir a coerência e a eficácia do pensamento computacional, é necessário um maior rigor conceitual, distinguindo claramente seu escopo e sua relação com outras formas de cognição. O artigo propõe uma delimitação mais precisa do PC, enfatizando sua base algorítmica e diferenciando-o de abordagens probabilísticas e modelos baseados em otimização aproximada, a fim de fortalecer sua identidade e aplicabilidade tanto na educação quanto na pesquisa científica.