EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA NO BRASIL: CAMINHO PARA A DEMOCRACIA E A JUSTIÇA SOCIAL OU EXPANSÃO DO MERCADO EDUCACIONAL?
DOI:
https://doi.org/10.56238/arev7n1-066Palavras-chave:
Educação a Distância (EAD), Democratização do Ensino, Mercantilização da Educação, Justiça SocialResumo
A Educação a Distância (EAD) no Brasil tem suscitado intensos debates, sendo considerada ora como uma ferramenta para democratizar o acesso ao ensino, ora como um vetor da mercantilização da educação. A pesquisa parte da seguinte questão: A EAD contribui para a promoção da democracia e da justiça social ou está subordinada aos interesses do mercado educacional no Brasil? Utilizando uma metodologia qualitativa conforme Minayo (2016), que envolve análise documental e revisão bibliográfica baseada em Gil (1999), o estudo investiga dados estatísticos, políticas públicas e estudos acadêmicos sobre a expansão da EAD no país. Para embasar teoricamente as reflexões, recorre-se à obra Educação contra a barbárie (2019), uma coletânea de textos que problematizam os rumos da educação contemporânea. Os resultados apontam que a EAD tem desempenhado um papel relevante ao ampliar o acesso à educação para populações marginalizadas e residentes em regiões remotas. Contudo, sua expansão, especialmente no setor privado, tem sido frequentemente orientada por interesses mercadológicos. Essa lógica compromete a qualidade do ensino, limita o acesso a recursos pedagógicos adequados e reforça desigualdades educacionais preexistentes. Conclui-se que a EAD possui um potencial significativo para a transformação social, desde que seja integrada a um projeto educacional comprometido com a equidade e a justiça social. No entanto, quando orientada exclusivamente pela lógica do mercado, essa modalidade perpetua e até aprofunda as desigualdades estruturais no sistema educacional brasileiro.