VIOLÊNCIA DE GÊNERO E SAÚDE DA MULHER: IMPACTOS FÍSICOS, PSICOLÓGICOS E SOCIAIS E AS ESTRATÉGIAS DE INTERVENÇÃO NO CUIDADO INTEGRAL
DOI:
https://doi.org/10.56238/arev6n4-024Palavras-chave:
Violência de Gênero, Saúde da Mulher, Impactos Sociais, Impactos Psicológicos, IntervençõesResumo
A violência de gênero é uma das mais graves violações dos direitos humanos, com impactos profundos na saúde física, psicológica e social das mulheres, além de representar um desafio global para sistemas de saúde e políticas públicas. Objetivo: analisar os impactos multidimensionais da violência de gênero na saúde das mulheres e discutir estratégias de intervenção que promovam um cuidado integral. Metodologia: A pesquisa foi realizada como uma revisão narrativa, abrangendo estudos publicados entre 2018 e 2024, consultados em bases como PubMed, SciELO e LILACS, utilizando descritores controlados e palavras-chave. Foram considerados estudos completos, disponíveis gratuitamente, que abordassem diretamente o tema proposto, excluindo resumos de eventos e editoriais. Resultados: Os impactos da violência de gênero são amplos e interconectados. No aspecto físico, incluem lesões imediatas, como fraturas, hematomas e queimaduras, além de complicações a longo prazo, como dores crônicas, doenças cardiovasculares, complicações ginecológicas e maior suscetibilidade a infecções sexualmente transmissíveis. Psicologicamente, destacam-se transtornos como depressão, ansiedade e transtorno de estresse pós-traumático, frequentemente associados a comportamentos autodestrutivos e à dificuldade de buscar ajuda devido a sentimento de culpa e vergonha. Socialmente, a violência perpetua ciclos de exclusão e dependência, prejudicando a autonomia das vítimas e aumentando a vulnerabilidade econômica. Crianças expostas à violência no ambiente doméstico têm maior propensão a internalizar padrões abusivos, perpetuando comportamentos violentos nas gerações futuras. As estratégias de intervenção identificaram a importância de abordagens intersetoriais, integrando saúde, assistência social, educação e segurança pública. A Lei Maria da Penha foi reconhecida como marco essencial no enfrentamento da violência no Brasil, mas enfrenta desafios na sua aplicação, como insuficiência de recursos e articulação limitada entre os serviços. Campanhas educativas, a capacitação de profissionais e a inclusão do tema nos currículos escolares são apontadas como medidas cruciais para desconstruir padrões culturais que naturalizam a violência. Conclusão: A violência de gênero exige respostas integradas e sustentadas, que incluam acolhimento humanizado, suporte psicológico, promoção da autonomia e transformação cultural. O fortalecimento de políticas públicas é indispensável para romper o ciclo da violência, promover a saúde integral das mulheres e alcançar a equidade de gênero.