A ESCOLA COMO TERRITÓRIO DE INVENÇÃO E DIFERENÇA: APRENDIZAGENS INVENTIVAS E AS FORÇAS-RESISTÊNCIAS DOS CURRÍCULOS-EXPERIMENTAÇÕES
DOI:
https://doi.org/10.56238/arev7n12-216Palavras-chave:
Currículos, Filosofia da Diferença, Aprendizagem InventivaResumo
Este artigo discute a escola como espaço de vida, criação e invenção. Problematiza modelos curriculares padronizados que regulam tempos, conteúdos e modos de ensinar. Apoia-se na Filosofia da Diferença com Deleuze e Guattari e nos estudos sobre políticas cognitivas com Kastrup. O texto afirma o cotidiano escolar como território de multiplicidades, afetos e processos inventivos. A pesquisa, desenvolvida em uma escola da rede municipal de Serra com professoras e crianças do 1º ao 4º ano, parte do entendimento de que as aprendizagens não se limitam à recognição, mas emergem como práticas inventivas que produzem novos modos de existir. Acompanhando os processos de desterritorializações e reterritorializações – forças que atravessam o cotidiano, argumenta-se em favor de currículos-experimentações, concebidos como processos vivos que se compõem coletivamente. O estudo evidencia que, apesar das segmentações disciplinares, o cotidiano escolar produz linhas de fuga e modos singulares de funcionamento, revelando a potência inventiva das práticas e encontros que tensionam normatividades. Ao problematizar, criar e reinventar, essas experiências afirmam a escola como território capaz de formar mundos, subjetividades e outros modos de pensar os currículos, as docências, a educação.
Downloads
Referências
ALVES, N. Cotidiano, imagens e narrativas: programa um salto para o futuro. Brasília: MEC, 2009.
BARROS, M. de. Poesia completa. São Paulo: LeYa, 2013.
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular: educação é a base. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=7961 1-anexo-texto-bncc-aprovado-em-15-12-17-pdf&category_slug=dezembro-2017- pdf&Itemid=30192. Acesso em: 14 abr. 2024.
CARVALHO, J. M. O cotidiano escolar como comunidade de afetos. Petrópolis: DP et Alii; Brasília: CNPq, 2009.
CARVALHO, J. M. Práticas pedagógicas nas múltiplas redes educativas que atravessam os currículos. In: LIBANEO, J. C.; ALVES, N. (org.). Temas de pedagogia: diálogos entre didática e currículo. São Paulo: Cortez, 2012. p. 189-205.
DELEUZE, G. Diferença e repetição. Tradução de Luiz Orlandi e Roberto Machado. 2. ed. São Paulo: Graal, 2006.
DELEUZE, G.; GUATTARI, F. Mil platôs: capitalismo e esquizofrenia. v. 1. Rio de Janeiro: Editora 34, 1995.
FERRAÇO, C. E. Cotidiano escolar, formação de professores(as) e currículo. São Paulo: Cortez, 2005.
KASTRUP, V. A aprendizagem da atenção na cognição inventiva. Psicologia & Sociedade; v. 16, n. 3, 7-16. set/dez. 2004.
KASTRUP, V. Subjetividade coletiva e estratégia de alterização: por uma política de invenção de novas práticas de pesquisa e intervenção social. In: COLAÇO, V. F. R.; PINHEIRO; F. P. H. A.; SILVA, J. F. (org.). Reflexos III PET Psicologia/UFC: políticas de subjetivação nas práticas sociais. Fortaleza: UFC, 2006. p. 13-25.
KASTRUP, V. A invenção de si e do mundo: uma introdução do tempo e do coletivo no estudo da cognição. Belo Horizonte: Autêntica, 2007.
MASSCHELEIN, J.; SIMONS, M. Em defesa da escola: uma questão política. Tradução de Cristina Antunes. 2. ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2014.
PARAISO, M. A. Currículos: teorias e políticas. São Paulo: Contexto, 2023.
ROLNIK, S. Ninguém é deleuziano. [Entrevista cedida a] Lira Neto e Silvio Gadelha. O Povo, Caderno Sábado: 06, Fortaleza, 18 nov. 1995.
ROSA, L. O planeta está com febre. Rio de Janeiro: Zit, 2011.
SILVA. S. K. da; DELBONI. T. M. Z. G. F. Cotidiano escolar como laboratório de existência: lugar de criação, experimentação e invenção. Espaço do Currículo, v. 9, n. 3, p. 404-411, set./dez. 2016. DOI: https://doi.org/10.15687/rec.v9i3.30105.
SCHÖPKE, R. Por uma filosofia da diferença: Gilles Deleuze, o pensador nômade. Rio de Janeiro: Contraponto, 2012.