AS INFLUÊNCIAS NEGATIVAS DA GESTÃO DE RESULTADOS NA GESTÃO DEMOCRÁTICA DA ESCOLA PÚBLICA
DOI:
https://doi.org/10.56238/arev7n11-359Palavras-chave:
Gestão de Resultados, Gestão Democrática, Educação Pública, Políticas EducacionaisResumo
Este artigo tem como temática a discussão da gestão de resultados (GR) e os desafios da gestão democrática na educação pública. O objetivo será mostrar como a gestão de resultados, introduzida na educação pelas políticas econômicas neoliberais pós-década de 1990 no Brasil, tem influenciado na elaboração de políticas públicas educacionais para a gestão do sistema de ensino e da gestão escolar, destacando como esta gestão de resultados se contrapõe ao direito constitucional da gestão democrática na escola pública. A análise da pesquisa utiliza uma metodologia qualitativa e bibliográfica, fundamentada no materialismo histórico-dialético, que busca analisar e compreender as mediações que estruturam a realidade como um todo, como a escola enquanto parte da sociedade e influenciada diretamente na sua gestão pelas demandas sociais como um todo. A discussão problematiza a influência negativa da gestão de resultados para a efetivação da gestão democrática na escola pública, destacando, entre outras, as possíveis e previsíveis interferências na elaboração do projeto político pedagógico da escola e na atuação do próprio trabalho profissional do professor. Conclui-se que a gestão de resultados, baseada em uma lógica gerencialista e pautada no sistema de accountability, fragiliza os pilares da gestão democrática da escola pública centradas nos princípios de participação, autonomia e descentralização, já que suas diretrizes são de centralização de decisões e culpabilizando individualmente os agentes escolares através de sistemas de avaliação de qualidade da educação direcionados por estatísticas, desconsiderando uma formação mais ampla e na totalidade das necessidades dos alunos.
Downloads
Referências
AFONSO, A. J. Avaliação educacional: regulação e emancipação. 4. ed. São Paulo: Cortez, 2009.
APPLE, M. W. Educar à direita: mercados, padrões, Deus e desigualdade. 2. ed. São Paulo: Cortez, 2006.
FREITAS, L. C. de. Os reformadores empresariais da educação e a disputa pelo controle do processo pedagógico na escola. Educação & Sociedade, Campinas, v. 33, n. 119, p. 379-404, abr.-jun. 2012.
GOMES, Érika Talita da Silva.; SILVA, Rute Regis de Oliveira da.; GARCIA, Luciane Terra dos Santos. Accountability e gestão por resultados: o projeto G na rede municipal de ensino de Natal-RN. Revista Retratos da Escola, Brasília, v. 19, n. 44, p. 557-575, mai./ago. 2025. Disponível em: http://retratosdaescola.emnuvens.com.br/rde Acessado em: 10 out. 2025.
LIBÂNEO, J. C. Organização e gestão da escola: teoria e prática. Goiânia: Editora Alternativa, 2006.
LÜCK, Heloísa. A gestão Participativa na Escola. 4. ed. Petropólis, RJ: Vozes, 2008.
PARO, Vitor Henrique. Gestão Democrática da Escola Pública. 3. ed. São Paulo: Ática, 2005.
RAMOS, J. F. P.; CAMARÃO, V. COSTA, A. G. Gestão por resultados na educação básica: contrapontos à educação para a liberdade, 2018.
SAVIANI, D. História das ideias pedagógicas no Brasil. 3. ed. Campinas, SP: Autores Associados, 2009.
SHIROMA, E. O.; MORAES, M. C. M.; EVANGELISTA, O. Política educacional. 4. ed. Rio de Janeiro: Lamparina, 2011.
VEIGA, I. P. A. (Org.). Projeto político-pedagógico da escola: uma construção possível. 2. ed. Campinas, SP: Papirus, 1998.
VEIGA, Ilma Passos da. Projeto político-pedagógico da escola: uma construção coletiva. In: VEIGA, Ilma Passos da (org.). Projeto político-pedagógico da escola: uma construção possível. Campinas: Papirus, 2004. p.11-35.