DA INCLUSÃO À IMPROVISAÇÃO – A PRECARIZAÇÃO DO CUIDADO EDUCACIONAL E OS RISCOS À EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO PROJETO “ESTAGIÁRIO DA INCLUSÃO”, À LUZ DA POLÍTICA NACIONAL DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA

Autores/as

  • Antônio Nacílio Sousa dos Santos Autor/a
  • Edimar Fonseca da Fonseca Autor/a
  • Terezinha Sirley Ribeiro Sousa Autor/a
  • Márcia Renata Ferreira Prado Autor/a
  • Sandro de Carvalho Teles Autor/a
  • Edinéia de Sena Silva Lopes Autor/a
  • Micaele Társis Prado Silva Autor/a
  • Sonaí Maria da Silva Autor/a
  • Amanda Cristina Naujorks Autor/a
  • Eunice Pereira da Silva Autor/a
  • Luís Vicente Ferreira Autor/a
  • Vinicius da Silva Barbosa Autor/a
  • Silvianne Raiol Pinheiro Autor/a
  • Eliziane Tainá Lunardi Ribeiro Autor/a
  • Alexandre Moura Lima Neto Autor/a
  • Kelly Ramalho Rodrigues Machado Autor/a

DOI:

https://doi.org/10.56238/arev7n5-263

Palabras clave:

Educação Inclusiva, Precarização do Cuidado, Estagiários da Inclusão, Políticas Públicas

Resumen

Nas últimas décadas, a educação inclusiva tem sido consolidada como um direito fundamental e uma diretriz inegociável das políticas públicas educacionais brasileiras, especialmente após a promulgação da Política Nacional da Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (2008) e da Lei Brasileira de Inclusão (2015). No entanto, observa-se, na prática, um cenário preocupante de desresponsabilização do poder público e improvisação na implementação de ações voltadas à inclusão escolar de estudantes com deficiência. Em diversas redes municipais de ensino, substitui-se a contratação de profissionais especializados por estudantes universitários em formação, sem habilitação adequada, que atuam como “estagiários da inclusão” no acompanhamento de crianças e jovens com múltiplas deficiências. Esses sujeitos, ainda em processo formativo, são alocados em funções que exigiriam competência técnica, experiência prática e formação específica, configurando uma forma institucionalizada de precarização do cuidado educacional. Diante desse contexto, este artigo tem como objetivo analisar criticamente os impactos desse modelo improvisado de inclusão escolar, com base em estudos sobre trabalho docente, políticas educacionais e direitos da pessoa com deficiência. Assim, define-se como objeto de estudo o projeto “Estagiários da Inclusão”, tal como vem sendo implementado em diversas cidades brasileiras, e seus efeitos sobre a qualidade e a efetividade da educação inclusiva. A partir disso, propõe-se a seguinte pergunta de partida: em que medida o uso sistemático de estagiários como agentes da inclusão escolar compromete os princípios da educação inclusiva e os direitos assegurados pela Política Nacional da Pessoa com Deficiência? Para isso, utilizamos como referencia os trabalhos de Antunes (2009; 2017; 2018; 2021), Ainscow (1998; 1999; 2001), Barton (1989; 1996; 2001; 2011; 2018), Bizelli (2014), Booth e Ainscow (1998), Fávero et al. (2009), Farrell e Ainscow (2002), Frigotto (2001; 2010), Guilherme (2017), Shakespeare (2008), Laval (2003), Linton (2020), Lopes e Fabris (2016), Machado e Lorete (2019), Magalhães (2021), Mantoan (2003), Miranda (2012), Nunes et al. (2021), Oliveira et al. (2019), Pacheto et al. (2014), Riddell e Banks (2005), Sassaki (1997), Saviani (2008), Shakespeare (2006; 2013; 2015; 2018), Sampaio e Sampaio (2009), Snyder e Mitchell (2014), entre outros. Metodologicamente a pesquisa é de cunho qualitativa (Minayo, 2007), descritiva e bibliográfica (Gil, 2008) e com análise compreensiva (Weber, 1949). A pesquisa revelou que o projeto “Estagiário da Inclusão”, ao ser institucionalizado como solução para a ausência de profissionais qualificados, compromete diretamente o direito à educação inclusiva, precariza o cuidado e reforça desigualdades estruturais. A terceirização do cuidado e o uso de estagiários sem formação específica resultam em improvisações pedagógicas, negligência institucional e exclusão simbólica. Evidenciou-se que essa prática, embora “legalmente tolerada”, fragiliza a construção de vínculos e a efetividade do processo de ensino-aprendizagem. Além disso, os estagiários vivenciam sobrecarga, insegurança e desamparo emocional. Por fim, o estudo reafirma a urgência de políticas públicas estruturantes, com formação, valorização e compromisso com a justiça social.

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Publicado

2025-05-16

Número

Sección

Artigos

Cómo citar

DOS SANTOS, Antônio Nacílio Sousa et al. DA INCLUSÃO À IMPROVISAÇÃO – A PRECARIZAÇÃO DO CUIDADO EDUCACIONAL E OS RISCOS À EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO PROJETO “ESTAGIÁRIO DA INCLUSÃO”, À LUZ DA POLÍTICA NACIONAL DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA. ARACÊ , [S. l.], v. 7, n. 5, p. 25609–25659, 2025. DOI: 10.56238/arev7n5-263. Disponível em: https://periodicos.newsciencepubl.com/arace/article/view/5193. Acesso em: 5 dec. 2025.