MODIFICAÇÕES EPIGENÉTICAS: INFLUÊNCIAS AMBIENTAIS NO COMPORTAMENTO INFANTIL E ADOLESCENTE

Resumen

O artigo examina a epigenética como um campo emergente da biologia, considerado essencial para a compreensão das modificações que influenciam a expressão gênica sem alterar a sequência do DNA. São destacados processos como a metilação do DNA, as modificações nas histonas e a atuação de RNA não codificantes, todos fundamentais na regulação gênica e na manutenção da saúde física e mental. A epigenética é apresentada como uma disciplina interdisciplinar que abrange áreas como medicina, psicologia, neurociências e ciências sociais, especialmente nas fases críticas da infância e adolescência, períodos em que o desenvolvimento humano é particularmente suscetível a influências externas. O artigo discute como experiências precoces, incluindo estressores ambientais e dinâmicas de interação social, podem induzir alterações epigenéticas que moldam comportamentos e predisposições a transtornos mentais. Ademais, enfatiza-se a relevância de intervenções precoces, sugerindo que uma compreensão aprofundada dos mecanismos epigenéticos pode proporcionar novas perspectivas sobre a plasticidade comportamental. Contudo, reconhecem-se limitações nas pesquisas existentes, como a carência de estudos longitudinais e a complexidade das interações no contexto da vida real. O texto também levanta questões éticas pertinentes, especialmente no que tange a intervenções em populações vulneráveis, como crianças e adolescentes. Propõe-se que futuras investigações se concentrem nas relações entre estressores ambientais e alterações epigenéticas, bem como na eficácia de intervenções precoces fundamentadas em conhecimentos epigenéticos. Em conclusão, o artigo assevera que a epigenética é uma área de suma importância para a biologia e a medicina, capaz de informar políticas sociais mais eficazes, contribuindo para o bem-estar de crianças e adolescentes e promovendo a construção de sociedades mais justas e equitativas.