POR UMA ATENÇÃO PRIMÁRIA TRANSFORMADORA: FORMAÇÃO E CAPACITAÇÃO PROFISSIONAL PARA FORTALECER O TRABALHO NO CUIDADO A SAÚDE DA FAMÍLIA
DOI:
https://doi.org/10.56238/arev7n3-054Palabras clave:
Atenção Primária à Saúde, Formação Profissional, Qualificação em Saúde, Educação PermanenteResumen
A Atenção Primária à Saúde (APS) desempenha um papel central na estruturação de sistemas de saúde justos e eficazes, sendo considerada a principal porta de entrada para o cuidado integral das populações. No Brasil, a Estratégia Saúde da Família (ESF) configura-se como a principal política pública voltada à APS, estruturada para promover ações de prevenção, promoção, diagnóstico precoce e cuidado contínuo. No entanto, a efetividade dessa estratégia depende diretamente da formação e capacitação dos profissionais que atuam nesse nível de atenção, visto que o trabalho em saúde demanda não apenas conhecimentos técnicos, mas também habilidades relacionais e culturais para lidar com a complexidade dos territórios e das demandas sociais. O desafio da formação profissional na APS envolve a superação de modelos biomédicos fragmentados, que historicamente priorizaram uma abordagem curativa em detrimento de práticas de cuidado integral e comunitário. Assim, questionam-se quais são os caminhos para estruturar uma formação em saúde que não apenas capacite os profissionais para a atuação na APS, mas que também os sensibilize para práticas humanizadas, transformadoras e socialmente engajadas. Dito isso, indagamos: Como a formação e capacitação dos profissionais da Atenção Primária à Saúde podem contribuir para a construção de um cuidado integral e transformador na Saúde da Família? Teoricamente nos ancoramos nos trabalhos de Illich (1975), Giovanella et. al. (2008; 2012; 2013), Starfield (2002), Mendes (2011; 2012; 2018), Werner et. al. (2009), Freeman (2018), entre outros. Metodologicamente, fizemos uso da abordagem qualitativa conforme Minayo (2007), descritivo e bibliográfico a partir de Gil (2008) e com o viés analítico compreensivo de acordo com Weber (1969). Os achados evidenciaram que a formação e a capacitação dos profissionais da Atenção Primária à Saúde (APS) desempenham um papel fundamental na construção de um cuidado integral e transformador. Verificou-se que a qualificação dos trabalhadores impacta diretamente na resolutividade do atendimento, na humanização das práticas e na ampliação do acesso à saúde, especialmente em comunidades vulneráveis. Além disso, identificou-se que a APS, quando estruturada de forma intersetorial e participativa, promove melhores desfechos clínicos e reduz desigualdades no sistema de saúde. A implementação de estratégias de educação permanente e metodologias ativas de ensino foi apontada como essencial para garantir a preparação dos profissionais para os desafios da APS. Por fim, concluiu-se que a valorização da APS como eixo estruturante do Sistema Único de Saúde (SUS) requer políticas públicas que priorizem o financiamento adequado, a fixação dos profissionais e a ampliação das equipes multiprofissionais.