ACHADOS E CLÍNICOS E ALTERAÇÕES AUDITIVAS EM PESSOAS COM ANEMIA FALCIFORME

Resumen

Introdução: Na abrangência das variações genéticas englobadas pela Doença Falciforme, a Anemia Falciforme se destaca como a forma mais grave. Nessa patologia, a deformidade das hemácias leva a crises vaso-oclusivas que podem resultar em isquemia na região da cóclea, com consequente deterioração progressiva da audição. Objetivos: Caracterizar grau e tipo de Perda Auditiva; Identificar as principais Queixas Auditivas; Analisar a relação entre ter Queixa Auditiva e ter Perda Auditiva; Verificar a associação entre achados clínicos e Perda Auditiva. Método: Trata-se de um estudo transversal, comparativo e analítico formado por dois grupos: Grupo Caso (G1) e Grupo Controle (G2), compostos por pacientes do Ambulatório de Hematologia do Hospital Universitário da Universidade Federal de Sergipe. Foram admitidos no estudo 212 participantes, sendo 106 de cada grupo. Todos, responderam à Anamnese Fonoaudiológica e foram submetidos à Meatoscopia, as Audiometrias Tonal e Vocal e o G1 ainda respondeu a Escala Visual Analógica. Resultados: O G1 apresentou maior percentual de Perda Auditiva em comparação ao G2, com predominância de Perda Auditiva Neurossensorial, bilateral de grau leve e, além disso, o G1 teve Razão de Chances significativamente maior para ter Perda Auditiva em comparação aos indivíduos sem Anemia Falciforme; Houve correlação ter Queixa Auditiva e a presença de Perda Auditiva no G1. As Queixas Auditivas mencionadas foram: dificuldade de compreensão da fala, zumbido e hipoacusia. A maioria dos pacientes do G1 fazia tratamento com Hidroxiureia; Foi identificada a presença de Pneumonia, Acidente Vascular Cerebral e Hipertensão Arterial Sistêmica. Conclusão: Os pacientes com Anemia Falciforme  são mais propensos a ter Perda Auditiva. Esses indivíduos também apresentaram uma frequência mais elevada de queixas auditivas, principalmente de Dificuldade de compreensão da Fala. Verificou-se também que quanto mais tardio o Diagnóstico da Anemia Falciforme, maior a possibilidade de ocorrência de Perda Auditiva. Evidenciou-se que presença de comorbidades e crises vaso-oclusivas não se associaram à ocorrência de Perda Auditiva nos pacientes avaliados. Ao final, não se encontrou evidências que descartem o uso da Hidroxiureia como fator de proteção a audição dos falcêmicos.