HOSPITALIDADE E A DESIGUALDADE NO MERCADO DE TRABALHO NO BRASIL

Resumen

A história do mercado de trabalho é moldada por processos de inclusão e exclusão que afetam diversas camadas da sociedade, fundamentados em aspectos de cidadania e condições socioeconômicas. Este artigo tem como objetivo analisar as dinâmicas de inclusão e exclusão no mercado de trabalho brasileiro, com foco nas disparidades relacionadas a sexo, etnias e orientação sexual, além de investigar a eficácia das legislações de proteção ao trabalhador na mitigação da discriminação. Para alcançar esses objetivos foram adotados procedimentos metodológicos que incluem uma revisão bibliográfica sobre a evolução do mercado de trabalho e legislações pertinentes, bem como a coleta e análise de dados secundários provenientes de estatísticas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e do Sistema de Informações sobre o Mercado de Trabalho do Setor Turismo no Brasil (SIMT/IPEA). Os resultados evidenciam que, embora a Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH) e as Constituições Federais brasileiras estabeleçam princípios de igualdade e proteção contra discriminação, a efetividade das leis existentes ainda é questionável. Dados de 2019 indicam uma taxa de participação de 73,7% para homens e 54,5% para mulheres na força de trabalho, revelando uma desigualdade persistente que se intensifica quando se considera a orientação sexual e a etnia. No turismo e hospitalidade, mesmo com uma maior participação feminina, a remuneração média dos homens é 43% superior à das mulheres, evidenciando uma estrutura de desigualdade que abrange não apenas a questão de gênero, mas também aspectos étnicos e de orientação sexual. Este estudo destaca a necessidade de um reconhecimento mais profundo e efetivo da identidade cidadã e das condições de igualdade no mercado de trabalho.