PERCEPÇÃO DE ESTUDANTES UNIVERSITÁRIAS SOBRE UMA ÚNICA AULA DE PRÁTICAS CORPORAIS DE DEFESA PESSOAL NO COMBATE À VIOLÊNCIA CONTRA MULHER
DOI:
https://doi.org/10.56238/arev7n11-008Palavras-chave:
Violência Contra Mulher, Saúde da Mulher, Práticas Corporais, Defesa Pessoal, AutoeficáciaResumo
Este estudo encontra sua relevância na necessidade de estabelecer ações que possam ser capazes de promover a atenuação dos efeitos das violências sofridas pelas mulheres ou até mesmo evitar que essas venham a ocorrer. No Brasil, os números de novos casos de violência doméstica e feminicídio são crescentes e isso torna necessária a ação da sociedade em buscar formas para enfrentar tal problema social e de saúde pública que afeta diretamente mulheres, filhos e famílias de maneira geral. Desta maneira, objetivo desta pesquisa é investigar as percepções de estudantes universitárias sobre uma única aula de práticas corporais de defesa pessoal no combate à violência contra mulher. Para isso, foi empregada uma metodologia mista, com técnicas de estatística descritiva, construção de nuvens de palavras e análise conteúdo, para analisar as questões levantadas junto às estudantes universitárias que participaram da pesquisa, em uma única aula de defesa pessoal. Os resultados obtidos permitem mostram que 33,3% da amostra já sofreu violência por parceiro íntimo e que destas, 75% sofreram mais de um tipo de violência. Também houve um aumento da percepção das mulheres sobre a capacidade de se protegerem fisicamente em uma situação de risco. Concluímos que uma única aula de defesa pessoal foi capaz de promover efeitos positivos na percepção das mulheres, aumentando assim sua autoeficácia para lidar com situações de violência.
Downloads
Referências
AMORIM, A. M.; CADAXA, A.; MARQUES, F. L.; FORINI, F. T.; BASTOS, S. Violência por parceiro íntimo contra homens e mulheres no Brasil: dados da vigilância de violências e acidentes. Boletim Epidemiológico da Secretaria de Vigilância em Saúde, Ministério da Saúde, v. 51, n. 49, dez. 2020.
BANDURA, A. Self-efficacy: toward a unifying theory of behavioral change. Psychological Review, v. 84, n.2, p. 191-215, 1977. DOI: https://doi.org/10.1037/0033-295X.84.2.191
BARDIN, Laurence. Análise de conteúdo. Tradução de Luís Antero Retos, Augusto Pinheiro. São Paulo: Edições, v. 70, 2011.
BRASIL. Lei nº 11.340 de 7 de agosto de 2006. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11340.htm
CASIMIRO-LOPES, G.; LOPES, C. E. V. Violência por parceiro íntimo: dados da literatura e efeitos na saúde das mulheres. In: ERICA PAES; GUSTAVO CASIMIRO LOPES; LUCIANA DE SOUZA MENEZES; RODOLFO ALKMIM MOREIRA NUNES. (Org.). Violência contra a mulher: uma questão de Saúde. 1ed.Recife: Even3 Publicações, 2025.
CASIMIRO-LOPES G.; LOPES, C. E. V.; MOURA V. R.; ANTUNES C. R. R.; LIMA V. P.; NUNES R. A.; MENEZES L. S. FREQUÊNCIA DE VIOLÊNCIA POR PARCEIRO ÍNTIMO EM UMA AMOSTRA DE MULHERES NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO. Revista PPC – Políticas Públicas e Cidades. v.14, n.4, p. 01-15, 2025. DOI: https://doi.org/10.23900/2359-1552v14n4-9-2025
CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA - Violência Contra a Mulher. Disponível em: <https://mapas.stg.cloud.cnj.jus.br/>. Acesso em: 16 out. 2025.
CORREIA, W. R. Educação Física Escolar e Artes Marciais: entre o combate e o debate. Revista Brasileira de Educação Física e Esporte, v. 29, p. 337-344, 2015. DOI: https://doi.org/10.1590/1807-55092015000200337
EDHAMMER H.; PETERSSON J.; STRAND S. J. M. Vulnerability Factors Of Intimate Partner Violence Among Victims Of Partner Only And Generally Violent Perpetrators. Journal Of Family Violence. 39: 235–245, 2024. DOI: https://doi.org/10.1007/s10896-022-00476-5
ISMAYILOVA, L. Spousal violence in 5 transitional countries: A population-based multilevel analysis of individual and contextual factors. American journal of public health, v. 105, n. 11, p. e12-e22, 2015. DOI: https://doi.org/10.2105/AJPH.2015.302779
JORDAN, J.; MOSSMAN, E. “Back Off Buddy, This Is My Body, Not Yours”: Empowering Girls Through Self-Defense. Violence against Women, v. 24, n. 13, p. 1591–1613, out. 2018. DOI: https://doi.org/10.1177/1077801217741217
LAKATOS, E. M. MARCONI, M. A. Fundamentos de metodologia científica, v. 5, São Paulo: Atlas 2003.
LOPES, C. E. V.; ANTUNES, C. R. R.; MOURA, V. R. de; BENTES, C. M.; LIMA, V. P.; NUNES, R. de A. M.; MENEZES, L. de S.; LOPES, G. C. Utilização das práticas corporais como intervenção junto à saúde de mulheres vítimas de violência: uma revisão sistemática. Caderno Pedagógico, [S. l.], v. 22, n. 5, p. e14893, 2025. DOI: 10.54033/cadpedv22n5-146. Disponível em: https://ojs.studiespublicacoes.com.br/ojs/index.php/cadped/article/view/14893. DOI: https://doi.org/10.54033/cadpedv22n5-146
HARTMANN, M.; MUTANGABENDE, S.; NASH, S.; BROWNE, E. N.; HATCHER, A.; KÅGESTEN, A. E.; ROBERTS, S. T. Effectiveness of an empowerment-based self-defense program among South African girls: results from a cluster-randomized control trial in schools. BMC Women's Health, [S.l.], v. 25, n. 119, 2025. DOI: 10.1186/s12905-025-03647-w DOI: https://doi.org/10.1186/s12905-025-03647-w
JOHNSON A. M.; COLE B. S. Self-Defense Training to Reduce Violence Against Women and Girls: An Integrative Review. Journal of the American Psychiatric Nurses Association. 2024;31(1):23-45. doi:10.1177/10783903241254308 DOI: https://doi.org/10.1177/10783903241254308
NEGRINE, A. Instrumentos de coleta de informações na pesquisa qualitativa. In: MOLINA NETO, Vicente; TRIVIÑOS, Augusto N. S. (orgs.). A pesquisa qualitativa na educação física: alternativas metodológicas. 3. ed. Porto Alegre: Sulina, 2010. p.61-99.
ROSENBLUM, G. D.; TASKA, L. S. Self-Defense Training as Clinical Intervention for Survivors of Trauma. Violence against Women, v. 20, n. 3, p. 293–308, mar. 2014. DOI: https://doi.org/10.1177/1077801214526048
THOMAS, Jerry R.; NELSON, Jack K.; SILVERMAN, Stephen J. Métodos de Pesquisa em Atividade Física. 6. ed. Porto Alegre: Artmed, 2012.